Eduardo-CamposO candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira em um acidente aéreo em Santos (SP). O jato em que estava o político caiu no bairro do Boqueirão. Não houve sobreviventes. Ao contrário do informado antes pelo PSB, a mulher do candidato, Renata, e o filho Miguel não estavam na aeronave. Segundo a Polícia Federal, estavam no avião, além de Campos, o assessor Pedro Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho (Percol), Alexandre Gomes e Silva (fotógrafo), Marcelo Lyra (staff da campanha) e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Cunha. O acidente que matou o presidenciável aconteceu no mesmo dia da morte do avô dele Miguel Arraes, que falaceu dia 13 de agosto de 2005.

O Comando da Aeronáutica informou, por nota, que o avião, modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu às 10h. “A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave”, diz nota da Aeronáutica.

A Presidenta Dilma Rousseff declarou luto oficialk de três dias e, assim como o candidato do PSDB, Aécio Neves, suspendeu os compromissos de campanha. Dilma também ligou para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e solicitou rapidez na perícia da polícia sobre as causas do acidente.

Campos iria para um evento na cidade de Santos chamado SantosExport. A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. e já havia sido utilizada pelo candidato outra vez. Segundo relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a manutenção anual do avião estava em dia, com validade até 14 de fevereiro de 2015. O avião foi inspecionado em fevereiro deste ano.

A ministra Ana Arraes soube da morte do filho em seu gabinete no Tribunal de Contas da União (TCU). Ela chegou a passar mal e precisou ser atendida pelo serviço médico. Pessoas que estavam próximas relatam que a ministra teria dito que “Deus não dá um fardo pesado a quem não pode carregar. Não sei se eu vou conseguir carregar”. Ela já embarcou para Recife em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ficar com a família.

O governador de Pernambuco João Lira Neto (PSB), o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), o ex-secretário Paulo Câmara, e o deputado federal Raul Henry (PMDB), candidato a vice-governador, e ainda o presidente do PSB pernambucano Sileno Guedes, embarcam às 16h desta quarta-feira, em voo particular para São Paulo, para liberar e trazer o corpo do candidato do PSB Eduardo Campos. Ainda não há informações sobre o velório e enterro do presidenciável, que deverá ser em Recife.

A Santa Casa de Santos atendeu seis feridos do acidente. Uma pessoa já recebeu alta. Outras cinco vítimas permanecem internadas, com ferimentos leves. Duas são crianças, de 1 ano e 9 anos. As outras três feridas são mulheres – uma é idosa. Segundo a Santa Casa de Santos, os feridos devem permanecer internados, em observação, por 24 horas.

O bairro do Boqueirão, onde ocorreu a queda, é bastante movimentado. Testemunhas relatam que ouviram barulho de uma explosão. O quarteirão foi isolado pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e equipes de resgate. Com o estrondo na hora da queda, vidraças de lojas quebraram-se.

Moradores relatam que a aeronave desviou de um prédio de oito andares antes de cair em um terreno vazio, atrás de uma academia. O avião já havia passado em uma altura baixa pelo centro e estava seguindo em direção à praia.

– Um amigo que trabalha no centro viu esse avião andando baixinho. Quando chegou aqui, ele chegou a desviar de um prédio. Acho que o piloto viu que tinha um clarão aqui perto e por isso caiu aqui – disse o jornaleiro Fernando Estriga, de 53 anos.

De acordo com o Climatempo com dados da base aérea do Guarujá, a chuva e a formação de névoa restringiram a visibilidade horizontal no aeroporto, que registrou visibilidade de 3 mil metros, no horário do acidente com a aeronave.

Pela resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Eduardo Campos tem dez dias para definir o nome do novo candidato à Presidência. O substituto pode pertencer a qualquer um dos seis partidos que compõem a coligação “Unidos pelo Brasil” (PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL). A coalizão conta ainda com o apoio da Rede, grupo fundado por Marina Silva, mas que ainda não conseguiu o registro de partido político. Marina é filiada ao PSB, mesmo partido de Campos.

2a6fba4f-5ac5-4513-9e2a-7addec78e78e

7e25504b-136b-4cf4-8a5a-cb8b6bb883f0

acidente

Fonte: Jornal O Globo