Na manhã desta quarta-feira (05) o ex-ministro da Saúde Nelson Teich depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O médico, que ficou menos de um mês no cargo, sucedeu Mandetta na pasta. 

 

Todos quanto estão sendo ouvidos na CPI têm o compromisso de falar somente a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho. Durante sua fala, Teich por diversas vezes fez menção sobre a falta de liberdade em agir de forma coerente enquanto esteve à frente do Ministério. Segundo ele, o Presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) interferia nas tomadas de decisão – o que contribuiu para a saída de Nelson do cargo mais importante do Órgão. “As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19 […] Existia um entendimento diferente por parte do presidente, que era amparado por outros profissionais. E isso foi o que motivou a minha saída. Sem a liberdade para conduzir o ministério, optei por deixar o cargo.”, explicou. 

 

Teich ressaltou a importância de considerar o fato de que ‘economia e saúde não são coisas distintas’. “Economia e saúde não são coisas distintas. Quando você avalia a sociedade, o nível de saúde da sociedade, você tem o cuidado em saúde, e tem os determinantes sociais da saúde, você tem economia, saúde, educação, onde a pessoa mora, uma série de coisas. Se achava até que a educação era o principal fator de saúde da sociedade […] A economia foi tratada como dinheiro e empresa e a saúde como vidas, sofrimento e morte, mas na verdade, tudo é gente. Quando você fala de economia você não fala de empresas, você fala de gente […]”, relatou.