Demóstenes Torres (Foto: AE)

O patrimônio do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) quase quadruplicou em um período de quatro meses, contados a partir das eleições de 2010. Ele comprou do seu suplente, o empresário Wilder Morais, um apartamento em um dos prédios mais luxuosos de Goiânia, a um valor de R$ 1,2 milhão. Mas nas últimas eleições, quando se reelegeu senador, Demóstenes havia declarado à Justiça Eleitoral um patrimônio total de R$ 374 mil.

Na relação de bens apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010, não constava nenhum imóvel. O senador listou um carro de R$ 102,4 mil e R$ 63,3 mil em contas bancárias. Afirmou ainda ter duas aplicações financeiras que não chegavam a R$ 10 mil. Os valores, porém, apresentam uma pequena redução em relação ao que o parlamentar declarou possuir em 2006, quando concorreu a governador de Goiás.

Naquele momento, Demóstenes listou que morava em uma casa em um bairro classe média de Goiânia, o Jardim América, com a ex-mulher Leda Torres. O valor estimado do imóvel era de R$ 70 mil e o da área de lazer vizinha, R$ 65 mil. Como senador, Demóstenes recebe hoje mensalmente R$ 26,7 mil. A atual mulher, Flávia Gonçalves Coelho, é advogada, tendo sido aprovada em 2011 no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Pelo apartamento de luxo declarado agora, o senador pagou R$ 400 mil à vista, de acordo com a certidão do Cartório de Registro de Imóveis de Goiânia. O restante teria sido financiado pelo Banco do Brasil. O contrato de compra e venda, porém, não foi registrado. A transação imobiliária ocorreu três meses depois de a Construtora Orca, de propriedade de Wilder, comprar o imóvel de outra empresa goiana.

Ocupando todo o 15º de um edifício no Setor Oeste – um dos mais nobres de Goiânia –, o apartamento conta com 701 metros quadrados, contendo sacadas, biblioteca, sala de jantar, sala de estar, quatro áreas de serviço, dois quartos de empregada, suítes com closet, copa, cozinha, depósito, lavado, entre outros. Corretores imobiliários afirmaram que o apartamento estaria estimado em R$ 2 milhões. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Atualmente, Demóstenes responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e é investigado no Conselho de Ética do Senado, por conta de seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na próxima quinta-feira (3), o Conselho vai se reunir para ler e discutir o relatório preliminar sobre o caso do senador, escrito pelo relator Humberto Costa (PT-PE).

Fonte: Época