Com mais de 80 pretendentes preparados e aguardando uma criança para adoção em todo o Piauí, um abrigo localizado na Zona Norte de Teresina possui dezenas delas aguardando uma família há mais de 10 anos. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, são 84 famílias cadastradas no estado, mas apenas nove crianças e adolescentes aparecem no sistema como disponíveis para adoção.

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Dentre os sete abrigos da capital, são mais de 300 crianças. As famílias que estão à espera da adoção não entendem o porquê de tanta demora. Uma delas é o caso da dona de casa Maria da Esperança dos Santos. Ela está registrada há cinco anos no cadastro nacional de adoção, mas segundo ela, a burocracia é tamanha que a deixa angustiada com tanta espera. Até o quarto da criança que ela quer adotar já está pronto para recebê-la. “Quando uma pessoa liga para mim, eu penso logo que é uma pessoa responsável pela adoção para me dar minha criança. Não entendo o porquê de tanta demora. O que eles dizem é que nem todas lá são para adoção”, contou emocionada.

Para quem está à espera de uma família, como os dois meninos abrigados em uma casa filantrópica há mais de três anos, a demora é angustiante. “Eu queria ficar na casa de uma mãe, ou de um pai, porque eu não gosto de ficar aqui. E o que eu sinto mais falta aqui é a da minha mãe”, disse um. “Queria ter uma família para poder passear, ir para o shopping, se divertir na vida”, contou outro.

No Lar Maria João de Deus, localizado na Vila Operária, Zona Centro-Norte da capital, segundo a direção, algumas estão há mais de dez anos esperando para serem adotadas. De acordo com a diretora, Socorro Solano, quanto menos uma criança estiver em um abrigo, melhor para ela.

“Melhor para o desenvolvimento da criança, para o futuro, a questão psicológica que fica muito abalada com o tempo. Quando a família não pode, a gente tem que buscar uma outra solução o mais rápido possível, porque é a vida dessa criança que está em jogo”, contou.

Fonte: G1