Além do problema da seca, lixo ainda é despejado na lagoa. (Foto: Leonardo Marques)
Além do problema da seca, lixo ainda é despejado
na lagoa. (Foto: Leonardo Marques)

Vários estudantes do campus de Parnaíba da Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizaram na tarde desta quinta-feira (18/12), um ato público denominado “SOS Lagoa do Portinho”. Os jovens pretendem chamar a atenção das autoridades para tentar salvar a lagoa, que sofre com um processo de assoreamento constante.

Um dos principais cartões postais do Piauí, corre o sério risco de desaparecer. O espelho d’água da Lagoa do Portinho se transformou em lama ou até mesmo em chão rachado. Com a seca na região, outro problema agrava a situação. Os ventos comuns nessa época do ano aumenta o deslocamento de dunas que interditam estradas e causam prejuízos na área. Revoltados com a situação, os estudantes se mobilizaram para realizar o ato público em defesa do local. Eles denunciam o descaso das autoridades com a área e cobram medidas urgentes para salvar a lagoa.

“A gente sabe que não chove há alguns anos na região, mas o problema não é só esse. Tem gente desviando água, jogando lixo, enfim, uma série de desrespeitos ao meio ambiente. O ato público surgiu de um trabalho da universidade que fiz com a Lagoa do Portinho. Após perceber a situação, veio a ideia de fazer uma intervenção para chamar a atenção do governo, pois a lagoa não pode esperar”, contou a estudante Joselma Cordeiro, líder do movimento.

Joselma Cordeiro, afirma que o governo é negligente e diz que ninguém toma atitude para amenizar o problema.
Joselma Cordeiro, afirma que o governo é negligente e diz que ninguém toma atitude para amenizar o problema.

Por causa da estiagem, que já dura cinco anos, áreas que eram alagadas no passado dão lugar a vegetação no presente. No complexo construído para receber turistas, apenas dois dos cinco bares permanecem abertos desde a inauguração. Os outros três foram abandonados ou tomados pelas dunas.

De acordo com o comerciante Aluísio Soares dos Santos, dono de um restaurante há mais de 20 anos, as vendas diminuíram cerca de 50% nos últimos anos. Ele cita a falta de chuvas regulares nos últimos anos como o maior problema, mas conta que existem suspeitas de pessoas represando água na região.

“A situação é calamitosa na região dos bares, pois a lagoa está seca e só tem lama. Temos notícia de algumas pessoas represando água. A cada dia a água está diminuindo mais. Tem gente que ainda vem só para ver a situação precária da lagoa. Assim como os estudantes, que resolveram realizar este ato público e estão vendo de perto a real situação. Só não gostei de uma coisa: nenhuma autoridade veio até aqui para ouvir os universitários, que só querem bem o meio ambiente”, relatou Aluísio Soares.

Aloísio Soares, relata que a situação faz os visitantes deixarem de ir a lagoa e os prejuízos só aumentam.
Aloísio Soares, relata que a situação faz os visitantes deixarem de ir a lagoa e os prejuízos só aumentam.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) ainda não possui um plano para resolver a situação. Há poucos anos, a estratégia de conter as dunas com a plantação de uma vegetação específica não deu certo.

Confira as fotos:

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Os estudantes improvisaram um ritual indígena conhecido como a “Dança da Chuva”.

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Por Kairo Amaral
Fotos: Leonardo Marques / TV Costa Norte