Exportações através da ZPE Piauí crescem 3.500%, com 720 toneladas de cera de carnaúba comercializadas em 2024
Desde sua inauguração em 2022, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí tem mostrado um crescimento expressivo, impulsionando a economia local. Em 2024, o volume de exportações na ZPE teve um aumento de impressionantes 3.500% em comparação ao ano anterior. Foram comercializadas 720 toneladas de cera de carnaúba em 2024, contra apenas 20 toneladas em 2023.
Álvaro Nolleto, presidente da ZPE Piauí, destaca que esse avanço reforça a importância da zona para o desenvolvimento econômico do estado e que ainda há muito potencial a ser explorado. “Estamos apenas começando a colher os frutos dessa iniciativa. Atualmente, seis empresas tiveram seus projetos aprovados pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), e três delas já estão iniciando seus investimentos neste ano”, comenta.
Um dos projetos em andamento é a produção de fécula de mandioca pelo grupo Moinho Piauí, que prevê um investimento de R$ 40 milhões e um prazo de aproximadamente 18 meses para começar as operações. Essa iniciativa deve gerar cerca de 50 empregos diretos e mais de 500 indiretos, beneficiando principalmente agricultores familiares da região. “A cadeia da mandioca envolve muitas famílias e pequenos produtores, fortalecendo a economia rural local”, explica Nolleto.
Outro investimento importante é da indústria de processamento de castanha de caju do Grupo Arrey, que aportará R$ 10 milhões na ZPE. A nova fábrica deve criar cerca de 150 empregos diretos, com destaque para a participação de 90% de mulheres, promovendo maior inclusão feminina no mercado de trabalho.
A terceira grande iniciativa vem da Solatio, uma empresa do setor energético, que planeja investir cerca de R$ 27 bilhões na produção de hidrogênio verde. A previsão é que a usina comece a operar entre o final de 2028 e o início de 2029, gerando entre 2.500 e 3.000 empregos diretos e impulsionando a matriz energética sustentável do estado.
Localizada em Parnaíba, a ZPE do Piauí não gera retorno financeiro direto ao estado, uma vez que as empresas instaladas na área usufruem de isenção fiscal. Contudo, seu impacto indireto é bastante relevante. A política de incentivos fiscais atrai investimentos que movimentam a economia local, criam empregos e estimulam a industrialização.
Atualmente, a ZPE abriga duas empresas operacionais: a Agrocera, especializada na produção de cera de carnaúba, e a Ecopellets, que produz madeira ecológica a partir de resíduos vegetais. Além delas, startups do Tech Export Hub também atuam na região, empregando mais de 200 pessoas diretamente.