Os governadores do Nordeste se reunirão, na próxima semana em Brasília, para tratar das ações de prevenção e de medidas de emergência contra o novo coronavírus.
O coordenador de Comunicação Social do Governo do Estado, jornalista Alisson Bacellar, disse que o encontro já estava marcada para a próxima semana, em Brasília, seria a primeira reunião do ano do Consórcio do Nordeste, formado pelos governadores da região, para tratar de questões administrativas e da divisão de recursos federais pela União, mas diante da notificação de três casos suspeitos do novo coronavírus monitorados pelo Ministério da Saúde, os gestores vão tratar das medidas preventivas e de urgência em conjunto com os nove estados nordestinos e o governo federal.
“Pela urgência e emergência da questão, os governadores incluíram o novo coronavírus na pauta da reunião do Consórcio do Nordeste”, informou Alisson Bacellar.
O Ministério da Saúde informou que foi notificado, até às 17h de terça-feira (28), de outros dois casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. Assim, no total, três casos suspeitos da doença são monitorados pelas autoridades de saúde brasileiras. Eles estão localizados em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), além de Belo Horizonte (MG), noticiado na manhã desta terça-feira.
Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, apresentaram febre e, pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, e viajaram para área de transmissão local nos últimos 14 dias.
O Ministério da Saúde confirmou que o primeiro caso suspeito de coronavírus no país e elevou o nível de atenção para alerta de perigo iminente para a presença do vírus no país. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, uma estudante de 22 anos que esteve na China está internada, em Belo Horizonte, em observação.
“O que nós estamos mantendo é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nesta fase é a vigilância”, disse Mandetta, em entrevista coletiva para falar sobre as medidas tomadas pelo governo para evitar a entrada do vírus no país.
“Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, disse Mandetta.
A estudante brasileira esteve em viagem para a cidade de Wuhan no período de 29 de agosto de 2019 a 24 de janeiro deste ano. A paciente está em observação e, de acordo com o ministro, o estado dela é estável. Caso a infecção por coronavírus seja confirmada, o nível de alerta no país sobe para emergência de saúde pública nacional, quando há a possibilidade de o vírus já estar em circulação no país.
“Ela está em isolamento, e os 14 contatos mais próximos estão sendo acompanhados. O nome, por motivos óbvios, não deve ser divulgado, por respeito à pessoa, a seus familiares e sua privacidade,” disse o ministro.
De acordo com dados apresentados na coletiva do Comitê de Operações de Emergência do Ministério da Saúde, no período de 3 a 27 de janeiro foram analisados 7.063 rumores de pessoas com coronavírus, dos quais 127 exigiram a verificação mais detalhada. Dessa verificação, 10 casos se enquadraram inicialmente na definição de suspeitos. Desses, nove foram descartados, e o único caso tratado como suspeito é o da paciente internada em Belo Horizonte.
O ministro da Saúde informou ainda que, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter aumentado para alto o nível de alerta em relação ao cenário global do novo coronavírus, o governo vai passar a tratar como casos suspeitos os das pessoas que estiveram em toda a China, não apenas na província de Wuhan, nos últimos 14 dias e que apresentarem sintomas respiratórios suspeitos.
Durante a coletiva, o ministro da Saúde disse ainda que, após a Organização Mundia da Saúde (OMS) elevar de moderado para elevado o risco de contaminação pelo vírus, brasileiros só devem viajar para a China em caso de necessidade. “
“Estamos recomendando que viagens à China sejam feitas apenas em caso de necessidade. A OMS desaconselha qualquer viagem nesse momento para o país”, disse Mandetta.
O ministro disse ainda que, com a decisão da OMS, o governo vai passar a tratar como casos suspeitos, os de pessoas que estiveram em toda a China nos últimos 14 dias e apresentarem sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade para respirar. Antes, a atenção recaía apenas às pessoas que estiveram na cidade de Wuhan, local com maior número de casos.
O ministro disse ainda que não há orientações específicas para o período de Carnaval. “Não temos nenhuma recomendação específica de comportamento, a não ser aquelas clássicas que usamos sempre: lavar as mãos, evitar compartilhamento de objetos, copos talheres para que se possa ter um risco menor, mas nada especifico para o Carnaval”, disse.
Os passageiros usam máscaras para evitar o surto de um novo coronavírus na Estação Ferroviária de Alta Velocidade West Kowloon de Hong Kong, em Hong Kong, China em 23 de janeiro de 2020. REUTERS / Tyrone Siu
Passageiros usam máscaras para evitar o surto de um novo coronavírus na Estação Ferroviária de Alta Velocidade West Kowloon de Hong Kong na China Tyrone – Siu/Reuters/direitos reservados
Aeroportos
Desde o fim de semana, os aeroportos brasileiros divulgam alerta da Anvisa sobre o coronavírus. A mensagem reforça procedimentos de higiene e diz que os passageiros que apresentarem sintomas relacionados ao vírus devem procurar um agente de saúde. O ministro disse que o governo também trabalha com a elaboração de material impresso em diferentes idiomas para orientar as pessoas que chegam no país sobre o que fazer para evitar contrair o vírus.
Hoje à tarde, integrantes da Anvisa se reúnem com representantes de companhias aéreas no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, para dar orientações sobre o coronavírus.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até ontem (27), foram confirmados 2.798 casos do novo coronavírus, batizado 2019-nCoV, em todo o mundo. A maior parte na China (2.761), incluindo a região administrativa de Hong Kong (8 casos confirmados), Macau (5) e Taipei (4).
Fora do território Chinês foram confirmados 37 casos. Destes, 36 apresentaram histórico de viagem à China, dos quais 34, estiveram na cidade de Wuhan ou algum vínculo com um caso já confirmado. Desse total, os Estados Unidos e a Tailândia registraram cinco casos cada; quatro casos foram registrados no Japão, Cingapura, Austrália, Malásia e a Coreia do Sul. A França registrou três casos, o Vietnam dois, e o Canadá e Nepal um caso cada.
Na terça, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema.
Na próxima semana, Mandetta disse que vai se reunir com os secretários estaduais de Saúde e os secretários de Saúde das capitais também para detalhar as ações tomadas pelo governo.
Fonte: Meio Norte