Secretário de Administração diz que vai cortar ponto dos professores que descumprirem decreto (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Secretário de Administração diz que vai cortar ponto
dos professores que descumprirem decreto
(Foto: Gilcilene Araújo/G1)

Decisão foi dada após TJ-PI decretar ilegalidade e pedir fim da greve na Uespi. Docentes que não voltarem às atividades nesta terça (21) terão ponto cortado.

O secretário de administração, Franzé Silva, afirmou que vai cortar o ponto dos professores que não voltarem às atividades nesta terça-feira (21) depois que o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI)  decretou ilegalidade na greve da categoria.  A paralisação foi deflagrada no dia 18 de abril e já dura mais de dois meses.

“Com a ilegalidade nós vamos fazer os descontos dos dias parados. Encaminhamos ofício à Uespi para que relacione os professores que voltaram às salas de aula após o decreto”, disse.

O decreto de ilegalidade foi assinado na segunda-feira (20). Mesmo assim, os professores anunciaram que a greve continua. No decreto, o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, determina a suspensão da greve e professores e técnicos devem voltar às atividades de forma imediata. Em caso de descumprimento, a categoria está passível de multa no valor de R$ 10 mil a R$ 100 mil.

Professores e técnicos da unidade de ensino estão paralisados e há dois meses o impasse entre governo e categoria não é resolvido. A principal reivindicação é sobre a questão salarial, o que poderia por fim à paralisação que atinge mais de 20 mil alunos da instituição. Segundo a organização do movimento #SOSUespi, 100% dos campi no interior do estado estão parados.

“O estado reconhece que houve falhas nas promoções e o governador autorizou a fazer todas as promoções e também com relação à dedicação exclusiva. Isso está garantido”, disse o secretário.

Por diversas vezes, governo e categoria se reuniram para tentar um acordo, mas sem sucesso. Por conta da indecisão dos professores em não aceitar um acordo com o governo, o secretário de administração, Franzé Silva, chegou a dizer que os docentes foram intransigentes, o que motivou o pedido do estado pela ilegalidade da paralisação.

A principal exigência da categoria é a falta de abertura por parte do governo do estado em debater a campanha salarial dos profissionais. Os grevistas pedem a revogação da Lei 6.772/2016, que congela a progressão de carreira dos docentes da Uespi.

De acordo com o projeto, professores que fizessem mestrado, doutorado ou qualquer qualificação na área docente não iriam receber aumento de salário.

Manifestações
Diversas manifestações marcaram a greve dos docentes e técnicos da Uespi durante estes dois meses de paralisação. Em uma dessas manifestações, um grupo formado por estudantes, professores e técnicos da unidade de ensino ocupou o plenarinho da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).

O objetivo fazer o Governo do Piauí a negociar com os profissionais, que reivindicam aumento nos salários.

Estudantes pularam as grades do Palácio de Karnak duante protesto (Foto: Gustavo Almeida/G1) Estudantes pularam as grades do Palácio de Karnak duante protesto (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Estudantes pularam as grades do Palácio de Karnak duante protesto (Foto: Gustavo Almeida/G1

Em outro protesto, estudantes chegaram a invadir e ocupar o Palácio de Karnak por duas vezes. No primeiro, cerca de 200 manifestantes pularam as grades, invadiram o palácio do governo e com gritos de ordem cobravam melhorias na estrutura e mais segurança nos campi. Uma semana depois eles voltaram a ocupar o Karnak por conta do cancelamento de uma reunião que estava marcada entre a categoria e o governo do estado para tratar sobre a greve e melhorias na instituição.

Fonte: G1/Piauí