Indústria (Foto:Paulo Barros)

A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) pretende realizar, ainda este ano, o primeiro mapeamento do corpo industrial estabelecido no Piauí nos últimos 16 anos. O órgão visa otimizar os investimentos feitos a partir da concessão de incentivos fiscais a indústrias instaladas no Estado, a partir de projeto elaborado pela Comissão de Assessoramento Técnico do Conselho de Desenvolvimento Industrial do Estado (Cotac).

O projeto é inédito e foi um pedido do próprio governador Wilson Martins, que entende que um perfil detalhado das indústrias é fundamental para o aprimoramento das ações estratégicas na área e para o desenvolvimento das políticas de atração de investimentos para o Estado.

“Além de estarmos atraindo investidores, através da nova lei de incentivos fiscais, que em 2012, assegurou nada menos que R$ 223 milhões para a economia local e a geração de mais de 8 mil empregos diretos e indiretos, precisamos também saber qual a real situação de cada indústria instalada aqui, conhecer de perto os benefícios e o impacto da sua instalação e os problemas enfrentados por elas ao longo do seu funcionamento”, esclarece Wilson.

O foco do Governo no setor se justifica pelos números. A indústria demonstra crescente participação na economia do Estado. De acordo com o Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (Cepro), as indústrias são responsáveis por 16,19% do PIB estadual, ou seja, mais da metade do PIB total do Estado avaliado em cerca de 25 milhões, índice que vem superando o PIB nacional em mais de 7,2% nos últimos três anos.

Mas os investimentos não param por aí. Conforme cálculos da Secretaria do Planejamento (Seplan), serão aplicados no Piauí, somente em investimentos privados incentivados pelo Governo, cerca de R$ 8 bilhões, projetados para os próximos cinco anos. Quanto aos investimentos públicos, a previsão é de que sejam superiores a R$ 5 bilhões, sendo quase a metade injetada entre o início de 2013 e primeiro semestre de 2014.

Para o governador, a atração de novas indústrias e empresas para o Piauí é resultado da política de investimentos incentivados implantada nos últimos dois anos, aliada aos potenciais do Estado. “A vinda de grandes investidores só prova que nossas ações estratégicas para o desenvolvimento do Piauí estão dando certo. Não é a toa que a Bemisa investirá, até 2016, R$ 3,4 bilhões na exploração do ferro encontrado no Sul do nosso Estado. Afinal, nós temos uma das maiores reservas do minério do país. Ano passado foi a Terracal que garantiu investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. Isso só prova a segurança que os investidores têm no Piauí”, pontuou Wilson.

Como consequência direta da implantação de tantos novos empreendimentos, o Estado teve uma ampliação na oferta de empregos. Nos últimos 12 meses, o Piauí criou 9.204 novos empregos formais. Com 112.122 contratações contra 102.918 demissões. Entre os maiores empregadores, o segmento da construção civil (habitação, estradas, indústria cerâmica e de material de construção) foi o que apresentou melhor desempenho em um ano, comprovando o crescimento do setor, apontado pela fundação Cepro, como em 24,4%.

Para continuar o processo de dinamização do setor, é que o Governo do Estado aposta no mapeamento de todas as indústrias instaladas nos quatro distritos industriais do Piauí que compreendem os municípios de Teresina, Parnaíba, Luís Correia, Piripiri, Picos, Floriano e mais as regiões polos de desenvolvimento do agronegócio e do minério do Estado como Uruçuí, Fronteiras, Guadalupe, Baixa Grande do Ribeiro, Paulistana, Curral Novo e Simões.

“Serão visitadas praticamente todas as indústrias que se instalaram no Piauí desde 1996. O que o Governo quer saber, além de otimizar as políticas voltadas para o setor, é se deu certo os incentivos concedidos ao longo de todas esses anos. Se as indústrias que receberam incentivos progrediram, numa análise de custo benefício para os cofres públicos e para a população do Estado”, explicou o presidente da Comissão de Assessoramento Técnico do Codin (Cotac), Antônio Gilson .

Segundo o presidente da Comissão, o projeto para o mapeamento está em fase de conclusão, faltando apenas definição do cronograma de visitas das indústrias e aprovação do Codin que se reúne, ainda em março, para decidir sobre o assunto.

Além de deliberar sobre a aprovação do projeto de mapeamento, o Conselho de Desenvolvimento Industrial do Estado analisará outros 15 projetos referentes a pedidos de isenção fiscal. Caso aprovados, eles trarão investimentos da ordem de R$ 25 milhões, com previsão de 7.680 empregos, sendo1.500 diretos e 6.180 indiretos.

Os recursos para a execução do mapeamento vêm do Fundo de Desenvolvimento Industrial (Fundipi) que possui, atualmente, R$ 4 milhões em caixa. Esses recursos foram alocados pelo poder público estadual e pela iniciativa privada e podem ser utilizados em ações que contribuam para o desenvolvimento industrial piauiense.

Codin

O Conselho de Desenvolvimento Industrial do Piauí (Codin-PI) foi criado em 2012 e tem como objetivo normatizar o setor industrial no Estado.

Segundo o presidente do Codin, o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedet), Warton Santos, cabe prioritariamente ao Conselho formular a política industrial do Piauí; deliberar e aprovar a concessão do regime especial concedido pela nova lei de incentivos fiscais e avaliar periodicamente o desempenho das empresas beneficiadas.

Warton Santos destacou ainda o êxito que vem tendo a nova lei de incentivos fiscais do Estado e as ações implementadas, por orientação do governador Wilson Martins, que vem garantindo investimentos cada vez maiores para o Piauí.