planaltoNa próxima semana, o governo Temer encaminha ao Congresso a revisão do Orçamento de 2018 com as medidas para garantir o cumprimento da meta fiscal do ano que vem, um déficit de R$ 159 bilhões. Assessores presidenciais disseram ao blog que estão preocupados com a possibilidade de as propostas não serem aprovadas, que, juntas, devem gerar R$ 15 bilhões entre aumento de receita e corte de despesas. Aí, o governo teria de correr atrás de outras fontes de receitas ou reduzir gastos.

As medidas estão sendo enviadas com prazo curto para aprovação. Apenas dois meses. Elas ficaram engavetadas no Palácio do Planalto porque o presidente Temer avaliava que elas poderiam gerar insatisfações na base aliada e prejudicar o trabalho de conquistar votos para o arquivamento da segunda denúncia, o que aconteceu nessa semana na Câmara dos Deputados.

Líderes já avisaram que há resistências dentro da base aliada às propostas, consideradas impopulares. São três: adiamento por um ano, de 2018 para 2019, de reajuste salarial para servidores que ganham entre R$ 15 mil e R$ 20 mil; aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% para servidores federais que ganham mais de R$ 5 mil e taxação dos fundos exclusivos de investimentos. A proximidade da campanha eleitoral e o desgaste já sofrido com o voto a favor de Temer pelo arquivamento da segunda denúncia devem pesar na hora de os deputados votarem as propostas.

Segundo assessores, tudo indica que o governo terá de enfrentar um novo período de pressões de sua base aliada para topar aprovar as medidas do ajuste fiscal. Agora, focadas principalmente numa reforma ministerial. Os partidos do antigo centrão querem tirar um ministério do PSDB, que tem quatro pastas na Esplanada. Para um partido que votou dividido na segunda denúncia, alegam governistas, o tamanho do tucanos no governo estaria superdimensionado. Enfim, a pressão dos aliados por mais espaço no governo deve continuar. Mesmo depois do arquivamento da segunda denúncia.

Fonte: G1