Na última semana, a administradora do consórcio de seguradoras, Líder-DPVAT, divulgou um boletim estatístico que mostra que, em 2015, o número de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT diminuiu 15% em comparação com o ano anterior. No estado do Piauí, a redução de indenizações por morte foi de 12,9%.
Segundo a seguradora, em 2015, foram pagas 1.100 indenizações por morte no trânsito, enquanto que, no ano anterior, foram 1.264. Já as indenizações por invalidez permanente sofreram redução de 14,2% no ano passado, quando registrou 14.887 casos. Em 2014, foram 17.368 indenizações por invalidez permanente. A redução mais significativa foi por indenizações de despesas médicas. O Piauí teve 28,9% indenizações a menos neste quesito em relação ao ano de 2014.
Os números dão sinais da ligeira redução de acidentes de trânsito no Brasil. Segundo a gerente de Educação de Trânsito do Detran-PI, Zulmirene de Sousa, esses números dão esperança para a construção de um trânsito mais humano. “Percebemos a diminuição de acidentes durante o último carnaval também em todo país. Uma hora, as pessoas se tocam que todos são passíveis de acidentes nas vias e que, para evitar as tragédias, é necessário respeito e prudência”, afirma.
Zulmirene acredita que a conscientização da população é um trabalho que precisa ser continuado e que tem mostrado resultados positivos. “A diminuição no número de indenizações ocorreu devido à fiscalização mais dura, queda no número de veículos vendidos e conscientização sobre o uso de equipamentos de segurança. Para isso, seguimos com o trabalho de sensibilizar as pessoas, principalmente os jovens. Começando pelos pedestres, seguindo pelos passageiros e motoristas”, infere. Mesmo com os avanços, o número de indenizações é muito grande se comparado a outros países. “Infelizmente, ainda estamos longe do ideal. Por isso, estamos engajados com as campanhas promovidas pelo Governo, atualmente com foco na inibição da ocupação das vagas para pessoa com deficiência. Essas vagas correspondem a 2% de todos os estacionamentos apenas.
Mesmo assim, muitos insistem em ocupar o local que não é destinado para eles. Ou seja, a falta de educação é um aspecto muito grave. Se todos cumprissem seu papel, não precisaria tantos investimentos em campanhas educativas”, pondera.
Altos índices de acidentes podem estar relacionados à frota de motocicletas
De acordo com a Líder- -DPVAT, 51% dos sinistros envolveram pessoas de 18 a 34 anos. A região Nordeste é a que mais concentra indenizações, com 213 mil (33%), mesmo sendo apenas a terceira maior região em tamanho de frota (16,9%). A região Sudeste, que tem a maior frota (49,2%), respondeu por 29% dos pagamentos do DPVAT.
Para Zulmirene, a concentração de indenizações no Nordeste se deve ao maior percentual da frota de motocicletas, que somam 61% dos veículos em circulação. No Sudeste, as motos são 38%. “Alguns interiores no nosso Estado chegam a ter 70% de motocicletas entre os meios de transporte. Além dos riscos de acidentes serem maiores, muitos condutores não são respeitosos para com as regras do trânsito, como o simples uso do capacete”, relata.
Os acidentes com motocicletas respondem pela grande maioria das indenizações, com 497 mil, ou 76% do volume total. Os motociclistas também estão sujeitos aos acidentes mais graves: 83% das indenizações foram por algum tipo de invalidez permanente e 4% foram por morte.
O que é DPVAT?
O seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) cobre casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistências médicas e suplementares (DAMS) por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país.
O recolhimento do seguro é anual e obrigatório para todos os proprietários de veículos. A data de vencimento é junto com a do IPVA, e o pagamento é requisito para o motorista obter o licenciamento anual do veículo.
O pagamento para beneficiários de vítimas fatais é de R$ 13.500. Nos casos de invalidez permanente, o pagamento pode chegar a R$ 13.500, de acordo com a gravidade das lesões. Já o reembolso hospitalar e médico pode chegar a R$ 2.700.
Fonte: Jornal O Dia