Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI) fala da conquista que as mulheres tiveram, há 80 anos, o direito de participar das decisões políticas da Nação e, já no ano seguinte, seria eleita a primeira deputada brasileira, a paulista Carlota Pereira de Queiroz.
Iracema lembrou que em 1934, Antonieta de Barros, elegeu-se deputada estadual por Santa Catarina, tornando-se a primeira mulher negra a exercer cargo político no Brasil. Desde então, as mulheres vêm ocupando espaços políticos, mas em ritmo muito lento, infelizmente.
“A mulher brasileira precisa intensificar sua presença nesses espaços. Oito décadas passadas, temos uma de nós na Presidência da República, mas a representação política ainda é muito pequena”, falou.
Para a deputada, a luta feminina tem sido proveitosa. É fato que, sobretudo nas últimas décadas, as mulheres protagonizamos movimentos que alteraram os rumos da Nação. Assim foi na resistência ao regime militar; na Anistia; na redemocratização; no enfrentamento da violência contra a mulher, no lar e fora dele; na determinação do lobby do batom em inscrever na Constituição de 1988 direitos fundamentais; no impeachment de um Presidente; na construção de políticas públicas para as mulheres; as conquistas no âmbito do esporte, da cultura e de áreas outras, com a ocupação de espaços inconcebíveis há menos de um século. Alguns, como a Presidência da República, talvez fossem impensáveis há menos de uma década.
Iracema reforça que, entretanto, isso é pouco, se considerarmos que mais da metade da população brasileira é constituída por mulheres e que o índice de lares chefiados por nós, as mulheres, atingiu 29,2% em 2006, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.
A deputada disse que esses números indicam que, além do maior espaço da mulher no mercado de trabalho, observa-se atualmente um processo de evolução cultural. “Este é, portanto, momento oportuno para apressar a caminhada em direção a outra realidade, onde casos de opressão, de discriminação, de violência, sejam cada vez menos comuns, cada vez mais caracterizados como exceções”, defendeu.
Iracema Portella afirma que uma das formas de avançar nessa direção a passos mais largos é, sem dúvida, a efetiva participação política, pois só foi eleita a primeira governadora em 1994 e, mesmo tendo instituído o sistema de cotas em 1996, as mulheres, neste Congresso Nacional, não chegam a 10%. Nas câmaras municipais, passando pouco disso.
“Ao comemorar o Dia Internacional da Mulher neste ano de 2012, e com a proximidade das eleições, é importante lembrar as mulheres do Brasil a buscarmos os espaços políticos, uma vez que é por intermédio deles que conseguimos dar maior efetividade à nossa luta. Pensemos nisso, e pensemos rápido”, finalizou a parlamentar piauiense.