Treino do Parnahyba

O Parnahyba vê, no ano do seu centenário, um velho filme se repetir. Com dois meses de salários atrasados, os jogadores paralisaram, na manhã desta terça-feira (16), os treinos e avisaram à diretoria: só retornam aos trabalhos depois que tiverem suas remunerações pagas.

Os atletas ameaçam ainda não entrar em campo no sábado (20), quando a equipe enfrenta o Barras pela 11ª rodada do Campeonato Piauiense.

Esta é a segunda vez que o elenco do atual campeão piauiense paralisa suas atividades em 2013. Em fevereiro, os jogadores decretaram greve para reivindicar sete meses de salários atrasados. Na ocasião, a diretoria pagou uma parte da dívida. Menos de dois meses depois, novos atrasos e a possibilidade real de que os atletas não vistam a camisa do clube na próxima rodada do Estadual.

O Parnahyba possui atualmente 26 jogadores. Dezesseis deles estão sem receber salários referentes aos meses de agosto e setembro de 2012, além de fevereiro e março deste ano. Os outros dez atletas estão sem receber apenas os pagamentos deste ano.

– Os jogadores estão assustados. No treino da manhã, apenas nos comunicaram que não vão mais treinar enquanto não for feito o pagamento e ameaçam não jogar no sábado. Da outra vez, fizemos (eu e o Batista Filho, gerente de futebol) voltar, mas desta vez é mais complicado – afirma o técnico Paulo Moroni.

Presidente culpa prefeitura

O presidente do Tubarão, José Lima, reconhece o atraso no pagamento dos salários e culpa a Prefeitura Municipal de Parnaíba, principal patrocinadora do clube. Desde o ano passado, não está sendo feito repasse da administração pública para a agremiação.

José Lima, presidente do Parnahyba (Foto: Flávio Meireles/GLOBOESPORTE.COM)

– Há um problema e os jogadores têm toda razão. O problema é que a prefeitura não está cumprindo com o que promete. Só quero que o prefeito diga ‘eu pago’ ou ‘não paga’ – desabafa José Lima.

Este mês, o Parnahyba, assim como o Flamengo-PI, recebeu R$ 150 mil da cota de participação da Copa do Brasil. Questionado sobre o dinheiro, o presidente do Tubarão se limitou a relatar os gastos com passagens, hospedagem e comida.

– Tudo no futebol é pago. Para mandar o time a Teresina e a Floriano, gastamos entre R$ 4 mil e R$ 8 mil. Se não tiver ajuda do poder público, não tem como se manter – relata o dirigente.

‘Estamos fazendo o que podemos’, afirma Moroni

Apesar dos problemas fora de campo, o Parnahyba está a um passo de assegurar a vaga para as semifinais do Campeonato Piauiense. Com 19 pontos, o time está na terceira colocação e depende apenas de um empate contra o Barras, na próxima rodada, para seguir na briga pelo título. De acordo com o técnico Paulo Moroni, a situação confortável na tabela se deve ao grupo.

– Temos um grupo forte, comprometido. Estamos fazendo o que podemos, dando a alma dentro de campo. Infelizmente, chega uma hora que o jogador não consegue mais segurar – desabafa o treinador.

Fonte: Globoesporte.com/Piauí