Esta é a trágica briga entre Laerte (Guilherme Leicam) e Virgílio (Nando Rodrigues), que culminará na virada na vida dos personagens de “Em família”. Tudo começa na despedida de solteiro do noivo de Helena (Bruna Marquezine).

A FESTA

Na casa de campo da família de Laerte, a festa está recheada de garotas de programa. Num determinado momento, uma das moças vai fazendo um striptease, diante da reação entusiasmada de todos, que gritam “tira, tira, tira”. Laerte, já bêbado, se aproxima da garota e começa a dançar. “Pô, Laerte, vai dar uma de florzinha e ficar só dançando aí? Passa logo a mão, vai!”, insufla um amigo.

Virgílio pede para o cara não provocar, porque o amigo casa amanhã. “Por isso mesmo, pô! É hoje só, amanhã não tem mais! Vai lá, Laerte!”, continua a provocar o rapaz. A princípio, Laerte diz não poder por ser comprometido e chama Virgílio para roda. E a garota se interessa pelo domador de cavalos. “Pode pegar, bezerrinho. Eu não mordo. Quer dizer… Só se você pedir!”, diz, toda se insinuando.

Virgílio dança e toca na moça de leve, meio desajeitado, mas com pegada. “Nossa… Que braço forte! Braço forte e mãos sensíveis. Boa combinação pra um homem de verdade. Gosto assim… E tem ritmo também ó… Delicinha você, sabia?”, elogia a garota.

Virgílio gosta, mas fica sem jeito com tantos elogios. Mais duas garotas o envolvem, enquanto Laerte vai para o quarto com outra. Só que o domador não gosta de ver o amigo indo para a intimidade com a moça. E decide ir atrás.

Ao abrir a porta do quarto, ele flagra Laerte no maior amasso com uma das garotas, os dois sem roupa. “Eu não acredito no que eu tô vendo, cara…”, brada o domador. O noivo vai bater a porta na cara do amigo, que impede com o pé. “Hei, você não tem desconfiômetro, não?”, diz a garota de programa. Virgílio alega que Laerte está bêbado e ela diz que também está e que o domador deveria estar também para não encher o saco. E vai empurrando-o para fora, mas Virgílio dá um safanão nela. “Não bate na minha garota!”, brada Laerte. “Que sua garota, cara!”, retruca o domador.

Laerte agride Virgílio de maneira estabanada por causa do porre. Ele segura as mãos do amigo, mas a garota empurra o domador para fora e bate a porta com toda a força. Virgílio vai para varanda e fica indignado com o comportamento do noivo.

A BRIGA

No dia seguinte, quando todos vão embora, Virgílio dá uma dura em Laerte. “Agora que só sobrou a gente, você vai me escutar…”, afirma o domador. “Ih… Sai fora, Virgílio! Não tô pra sermão não! Tô cansado, bêbado, preciso de paz! Amanhã é o dia do meu casamento…”, rebate Laerte. O amigo informa que a cerimônia já é naquele dia e o chama de maluco. “Você viu o nível dessas garotas? Já pensou se pega uma doença? Se casa todo bichado?”, alerta.

Laerte garante que usou camisinha. Mesmo assim, Virgílio lhe repreende. “Tudo bem, mas não é só isso que conta! Se guarda pra sua mulher. Falta tão pouco tempo!”, aconselha. O noivo se irrita: “Saco! Parece uma mocinha falando, falando, falando! Em que mundo você vive, heim?  Olha só: você dirige, mas calado, tá? Eu quero dormir, valeu?”.

Virgílio continua o sermão e o amigo vai ficando mais agressivo. Ele pega o domador pelo colarinho e afirma que não rolou nada demais. “Me solta! Rolou sim! Rolou a certeza de que a Helena vai se casar com um babaca! Um boçal que não tem o menor respeito por ela. Se você amasse mesmo a Helena como…”, diz, detendo-se.

Laerte vira um bicho e parte pra cima. “Como quem? Fala? Diz na minha cara! Se eu amasse a Helena como você ama, é isso?”. “Não. Se amasse como você diz que ama! É isso que eu ia dizer. Quer saber? Vamos logo embora. Você tá bêbado demais pra conversar…”, diz Virgílio, tentando encerrar a conversa.

Mas o amigo, irado, quer mais discussão. “Você não é homem nem pra assumir o que sente… Não se mete na minha história. Tô te avisando”, ameaça Laerte, que ainda faz chacota. “Vai correndo contar pra ela, vai! Pode ir, boneca! Todo mundo que tava aqui vai te desmentir.”

O domador afirma que não vai dedurá-lo porque é seu amigo. “Meu amigo o cacete! Aí… Sabe o que vai acontecer quando ela souber? A gente vai brigar, mas vai acabar se entendendo, como sempre. Sabe por quê? Porque a gente se ama!”, garante Laerte. E o rapaz ainda tenta diminuir Virgílio. “De você ela só sente pena. Pe-na! Mas pensando bem, no que depender de mim, a partir de hoje, ela vai sentir raiva.”

O domador não leva fé, até o rapaz contar seus planos. “Eu posso inverter esse jogo, sabia? Taí. Vou dizer que foi você que trouxe um monte de piranha pra minha festa! Só pra me fazer cair na tentação! Bem coisa de gente recalcada!”, implica Laerte. Virgílio, já impaciente, o manda calar a boca. Só que o noivo de Helena continua a agredi-lo. “Quer saber? Eu vou proibir a Helena de falar contigo! Eu vou proibir ela de olhar na tua cara, seu “bostinha”!”

Aí, o caldo entorna. Virgílio empurra Laerte com força, que perde o equilíbrio, cai, mas logo se levanta dá um forte soco no amigo. Os dois partem para um corpo a corpo em que Laerte fica em desvantagem. Vendo isso, o noivo pega uma corrente com duas esporas e agride o domador, cortando seu rosto profundamente. Virgilio sente muita dor. Larte, então, empurra Virgilio que cai de mau jeito, batendo a cabeça com força numa pedra. E desmaia.

Com sangue nos olhos, Laerte nem percebe o que fez.”Levanta! Vem! Briga feito homem! Levanta!”, grita o rapaz. Como Virgílio continua desacordado, o rapaz se dá conta e tenta reanimar o amigo, sem sucesso. “Não faz isso comigo, cara! Pelo amor de Deus! Virgílio! Meu Deus, o que é que eu fiz? Desculpa! Foi você que ficou me provocando! A culpa é sua! Eu não queria! Virgílio!”

A DECISÃO ERRADA

Laerte olha o corpo do amigo estendido e não sabe o que fazer. Vê o sangue manchando onde Virgílio está com a cabeça. E aí resolve ocultar o crime. O rapaz esfrega o chão para apagar todo e qualquer sinal de briga e de sangue. Pega um lençol da cama e começa a embrulhar o corpo de Virgílio. Sente medo, culpa e ódio.

O rapaz, então, põe o corpo do amigo no porta malas do carro. Olha pra os lados, confere se ninguém está por ali, se não foi visto. Tenso, arranca. Laerte circula de carro pelas ruas, agoniado. “O que é que eu faço meu Deus? Respira fundo, Laerte! Eu não vou perder a Helena por causa disso! Eu vou me livrar dessa!”, pensa o noivo.

Nesse momento, ele vê uma patrulha policial e congela de medo. Ao ser parado, ele diz que estava em sua despedida de slteiro e que está indo para casa. O policial troca palavras cúmplices com ele sobre a sua despedida também e o deixa seguir.

Laerte continua dirigindo sem destino, procurando uma solução. Até que tem uma ideia, muda de direção e pega uma rua secundária e sem movimento. Ele entra em uma reserva florestal, para o carro próximo a um rio, onde a vegetação no entorno é vasta.

Ele abre porta malas, retira o corpo de Virgílio e o arrasta rumo à margem. Ainda está na dúvida se o joga nas águas ou não. só que encontra um valão e decide se livrar do corpo lá. Assim que consegue jogar o amigo no buraco, o cobre com a vegetação. “Certo ou errado é o que precisa ser feito…”, acredita o moço.

Então, faz o sinal da cruz e, sem seguida, apaga suas próprias pegadas, tenta limpar todos os vestígios possíveis. Lava o rosto nas águas do rio, respira fundo, toma coragem, arruma-se o melhor que pode, entra no carro e dá partida.

Fonte: Extra

Fotos: João Miguel Junior/Rede Globo/Divulgação