Milton Mendes Vasco x Nova Iguaçu (Foto: Paulo Fernandes/Vasco da Gama)
Milton Mendes Vasco x Nova Iguaçu (Foto: Paulo Fernandes/Vasco da Gama)

A vitória por 2 a 0 do Vasco sobre o Nova Iguaçu, domingo, em Moça Bonita, foi apenas o quarto jogo de Milton Mendes à frente da equipe. Está invicto. Foram três vitórias, contra times de menor investimento, é verdade, e e o empate com o Flamengo. Apesar de o time não ter brilhado, já mostrou uma evolução diretamente ligada ao trabalho do comandante e sua comissão.  

Os sinais de melhora já deram esperança aos torcedores cruz-maltinos, ainda mais em um momento de duelos decisivos. Domingo, pela semifinal da Taça Rio, a equipe terá o Flamengo mais uma vez pela frente. Os desafios serão ainda mais complicados daqui para frente.

– Nossa equipe está crescendo, evoluindo no momento certo. Na hora da decisão – afirmou o técnico.

O “choque de ordem” de Milton Mendes:

Estilo general linha dura

Um dos primeiros recados do treinador ao elenco foi que ninguém fala junto com ele durante suas instruções. Um dos pontos que ele mais exige dos atletas é que se doem ao máximo em campo e que tenham comprometimento em desempenhar as funções determinadas. Contra o Nova Iguaçu, Milton deu o primeiro grande exemplo de seu estilo de comando. Nenê e Douglas discutiram durante a partida, e o treinador atuou para tentar apagar o fogo antes que se tornasse um incêndio. Na beira do campo, repreendeu os dois. No vestiário, durante o intervalo, avisou que este tipo de caso não será mais tolerado.  

Após o apito final, Milton Mendes reuniu os jogadores no campo, e eles fizeram um círculo. Foi sugerido – e atendido – que Nenê e Douglas dessem um abraço para colocar um fim ao problema.

– O comando é meu. A responsabilidade é minha. Não vou admitir isso mais. Em um jogo de futebol, quando o jogo está quente, existem divergências. Agora, é preciso usar a inteligência e saber contornar, saber tornar positivo. Acho que saímos fortalecidos – disse o treinador.

Jogadas ensaiadas bem feitas dão direito a churrasco

Desde a primeira partida de Milton à frente do Vasco, contra o Madureira, o time já deu mostras de que passaria a tentar usar mais jogadas ensaiadas de bolas paradas. Segundo o técnico, o lance que resultou no primeiro gol sobre o Nova Iguaçu, marcado por Rafael Marques, foi praticado durante as atividades em São Januário. Como ficou combinado com o elenco, Milton terá que pagar um churrasco. E assim vai acontecer todas as vezes que isto acontecer. 

– Hoje em dia o futebol está muito nivelado. Então, a bola parada é fundamental. Contra o Nova Iguaçu, abrimos espaço para fazermos mais gols. Por isso que trabalho muitas bolas paradas. 

Obediência e variação tática

Com bastante influência da escola europeia de futebol, Milton Mendes é um entusiasta de armar estratégias e valorizar muito os aspectos táticos da partida. E passa isso para os jogadores, que são cobrados a cumprirem suas funções à risca. Contra o Nova Iguaçu, o treinador comentou que já conseguiu fazer variações durante a partida e ficou satisfeito com o que viu.

– Nós começamos em um 4-2-3-1, depois fomos para um 4-4-2 em linha e no fim um 4-2-2 em losango. Então, tivemos variações dentro de campo e o time se comportou bem. Fiquei muito feliz porque eles estão entendendo o que pretendemos, apesar de ser um início de trabalho.

O artilheiro Pikachu
 

O escalação atual do Vasco pouco mudou em comparação com a época em que Cristóvão Borges ainda comandava o time. O novo elemento na engrenagem cruz-maltina desde a chegada de Milton Mendes (e também com Valdir no segundo tempo do clássico com o Botafogo) é Yago Pikachu. Antes escalado na lateral, ele foi deslocado para o meio de campo, marcou três gols nos últimos quatro jogos e se tornou uma peça importante para a equipe. Depois de balançar a rede contra o Nova Iguaçu, Pikachu foi até o banco de reservas dar um abraço em Milton.   

Luis Fabiano: a missão ainda não completa

No caderninho que Milton Mendes carrega para cima e para baixo ainda falta um tópico importante para fazer o “V” de “visto”: Luis Fabiano. O centroavante ainda não conseguiu fazer seu primeiro gol e demonstra estar sem ritmo. Situação que pode piorar caso ele leve um gancho maior nesta segunda-feira, quando será julgado pela expulsão contra o Flamengo. Para dar apoio ao jogador neste início no clube, ficou decidido que ele seria mantido como capitão do time mesmo após o retorno de Rodrigo.

Fonte: Globo Esporte