Um sufoco, disse Rafael Vaz. Sofrimento, resumiu Nenê. É hora de descansar, lembrou Jorge Henrique. As entrevistas dos jogadores do Vasco após garantir a vitória sobre o Joinville tiveram todas o mesmo tom: jogadores extasiados e aliviados por garantir os três pontos que ainda mantêm o sonho vivo de escapar do rebaixamento. A reação vascaína no segundo turno é uma realidade, mas também é verdade que muitas vezes o segundo tempo e, principalmente, a parte final das partidas do time comprometeram o resultado. Ao lado do Goiás, o Vasco é o time que mais sofreu gols nos últimos 15 minutos de partida. Dos 54 gols que levou, 28% saíram neste período do fim do jogo.
Jorge Henrique, por sinal, disse após o apito final que a ideia de jogo era justamente definir – ou chegar o mais próximo disso – a partida nos primeiros 45 minutos, porque “no segundo tempo a gente sabia que seria puxado”. Em São Januário, por mais que jogadores, diretoria e comissão técnica gastem saliva defendendo “o time de velhinhos”, como chegou a se referir Jorginho em coletiva de imprensa de exaltação aos fatores positivos de ter um time experiente – o treinador lembrou que atletas mais cascudos aguentam mais estes momentos e disse que, com inteligência na carga de treinamentos, a situação era possível de administrar -, há entendimento de que o peso da idade faz diferença.
Em boa parte da competição, a média de idade do time titular era a maior do Brasileiro – 30 anos e quatro meses. A equipe mostra vigor físico e, conforme levantamento do GloboEsporte.com, corre em média mais de 100 km por partida, mas soma-se à média elevada dos vascaínos o desgaste natural de fim de temporada, a pressão e o estresse emocional de mais de 30 rodadas na zona de rebaixamento para que as coisas se tornem mais difíceis nos minutos finais dos jogos. Não foi só na partida contra o Joinville. Os jogos mais recentes do Vasco mostram que o fim do jogo é sinal de perigo para os comandados de Jorginho. Contra Coritiba, Avaí, São Paulo – Vasco com um a mais – e Corinthians – Vasco com um a menos – a equipe levou gols que fazem diferença hoje na tabela.
Jorginho comemorou a semana livre para o jogo contra o Santos – que deve vir com time misto depois de jogar a final da Copa do Brasil no meio da semana – e disse que o tempo deve servir mais para descansar do que para treinar. Para evitar ainda mais desgaste na reta final, a diretoria do Vasco fretou avião para a delegação, o que foi comemorado pela comissão técnica.
– Foi muito importante. Evitou desgaste maior. Teríamos que ir para São Paulo para depois vir para cá. Ou vir por Florianópolis. Nesse momento tudo é importante quando estamos dando nosso melhor para conseguir nosso objetivo – disse o treinador do Vasco.
Depois da segunda-feira de folga, os jogadores se reapresentam nesta tarde de terça-feira para iniciarem os preparativos para enfrentar o Santos. Jorginho vai dividir as atenções dos jogadores com médicos, fisioterapeutas, fisiologistas e massagistas, que vão ter muito trabalho para garantir as melhores condições dos atletas para as últimas duas batalhas contra o rebaixamento.
Fonte: Globo Esporte