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Nas primeiras horas da madrugada desta sexta-feira (17/07), um dos menores acusados de participar do estupro coletivo contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí no dia 27 de maio foi espancado até a morte pelos outros três também acusados de participação no crime no CEM (Centro Educacional Masculino), no bairro Itaperu, zona Norte de Teresina.

Segundo informação dos agentes, os quatro foram colocados em um só dormitório até para garantir a segurança dos mesmos pelo fato da grande repercussão do crime e na tentativa de protegê-los. Só que na madrugada,  eles escutaram o barulho e quando chegaram já encontraram o adolescente ferido.

A vítima, identificado como Gleisom Vieira da Silva, de 17 anos, é o que deu depoimento, em vídeo no local do crime em Castelo do Piauí, contando como foi o caso e essa seria a motivação da sua morte.

O secretário de assistência social Henrique Rebelo afirmou que esse é um caso que eles nunca poderiam imaginar. “Os menores foram transferidos para o CEM, foram tomadas todas as medidas cabíveis já que todos os demais adolescentes que se encontram no local fizeram um forte protesto, cerca de dez a quinze minutos protestando contra a vinda desses menores. Eles foram colocados em uma ala apropriada para esse tipo de delito, passaram por medidas de prevenções para que soubessem onde estavam como iam se comportar, os mesmos manifestaram interesse de permanecer juntos, já que nas outras alas os demais adolescentes recusavam em recebê-los e segundo o diretor da unidade eles estavam unidos, mas nós não imaginávamos que eles tivessem esse grau de periculosidade no sentido de que pudessem brigar uns com os outros e terminar nessa situação. O adolescente ferido foi socorrido a tempo, foi retirado com vida, dado a ele todo o atendimento de imediato, mas infelizmente veio a falecer, nós lamentamos esse fato, eles são extremamente perigosos e nós estamos muito tristes com essa situação”, afirmou.

O diretor de atendimento sócio educativo da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc), Aderlly Lopes, afirmou que a primeira preocupação deles era de separar os adolescentes em relação aos outros que já estavam no CEM. “A nossa preocupação maior era a separação desses adolescentes em relação aos outros que já estavam lá, a direção juntamente com a coordenação se prontificou em dialogar com os adolescentes para verificar qual o melhor alojamento que eles pudessem ficar no programa sócio educativo, e ficou decidido por decisão deles que eles ficariam juntos no mesmo alojamento mas a preocupação inicial era a separação deles em relação aos outros que já estavam no CEM tendo em vista um princípio de tumulto com a chegada deles na unidade. Os adolescentes que tiveram participação no ato infracional em Castelo do Piauí foram os mesmos que tiveram participação na morte do menor aqui dentro da unidade, eles confessaram, o delegado de homicídios esteve no local e foram encaminhados a Central de Flagrantes e depois serão encaminhados para o Complexo de Defesa da Cidadania”, declarou.

O juiz da 2º vara da infância e da juventude, Antônio Lopes, afirmou que os menores não irão mais para o CEM. “Infelizmente essa morte aconteceu, a gente tomou as providências necessárias, eles foram isolados para evitar que os outros os matassem, e nos deparamos com essa notícia. Existia um impedimento geral no CEM que eles matariam os adolescentes, procuramos um dos melhores ou mais seguros alojamentos e colocamos os quatro lá, mas infelizmente houve isso, é difícil saber onde colocamos eles agora. O Estado não faz sua parte em relação ao ECA. Ainda ontem à noite eles foram mandados para o Complexo da Cidadania para evitar que ficassem lá, agora a situação dificulta porque eles tem que cumprir a internação mas infelizmente no CEM não tem condição”, afirmou.

Na manhã da última sexta-feira, os quatro menores foram condenados a pena máxima pelo juiz da comarca do município, Leonardo Brasileiro. Após a condenação, os adolescentes foram transferidos para o CEM. 

Fonte: Meio Norte