Vítima ficou com ferimentos na cabeça e pernas (Foto: Ellyo Teixeira)

Uma moradora de rua identificada como Celina Sales de Araújo, 48 anos, foi agredida na noite desse domingo (06) por um homem, que segundo ela, trabalha como segurança na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Zona Leste de Teresina. A vítima contou que tentou entrar no local para beber água no bebedouro quando foi surpreendida pelo segurança.

“Em posse de um cassetete, o segurança desferiu inúmeros golpes em mim. Só não morri porque pessoas que presenciaram a agressão começaram a gritar e conseguiram com que o agressor parasse com o espancamento”, relatou.

Mulher mostra roupa que usava no momento da agressão toda suja de sangue

Por causa das pancadas, socos e chutes que recebeu, a mulher teve que ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao hospital do bairro Satélite, na Zona Leste. “Ele pegou pesado comigo. Perdi muito sangue, além de estar com uma série de escoriações na cabeça e pernas”, disse Celina.

Uma mulher que presenciou o ocorrido, mas que preferiu não se identificar, também manifestou sua indignação. “Nós a conhecemos. Damos água e comida porque há muito tempo ela está por aqui. Ela pode ser moradora de rua, mas não tira sua dignidade”, comentou.

O G1 esteve na Igreja de Nossa Senhora de Fátima e procurou pelo segurança, mas alguns funcionários se recusaram a dar informações e o contato dele. O homem foi identificado apenas como Francisco.

O padre Tony Batista, pároco da igreja onde aconteceu a agressão, lamentou o fato através de um comentário publicado nesta segunda-feira (7) no seu perfil em uma rede social e disse que faltou preparo por parte do segurança para lidar com a situação. No texto, Tony Batista diz ainda que só soube do que aconteceu muito tempo depois, mas está tomando as medidas necessárias.

Veja o comentário

Antes de tudo gostaria de falar sobre um acontecimento de ontem à noite no pátio da Igreja de Fátima. A Celina (senhora que foi agredida) é usuária de droga há mais de 20 anos. Nós a acompanhamos. Já foi internada e sempre recai. Agora mesmo estamos tentando interná-la novamente. Fizemos um pequeno apartamento para ela junto da casa paroquial e ela abandonou, alugamos uma casinha num bairro e ela, agora, já deixou a casa. Convivo com ela desde 75. Sou, inclusive, padrinho da sua filha. Sinto-me como o seu protetor. Contudo ela passa o dia todo provocando quando está em crise. Ela e um grupo que acompanha. Agora ela está péssima. Mas todo mundo conhece e já sabe quem ela é. FALTOU AO VIGILANTE O MÍNIMO DE PREPARO PARA LIDAR COM ESSES MOMENTOS. Jamais aceitaria uma coisa dessas. Quando soube procurei a Celina e ela já aceitou voltar para um tratamento de novo. Fica para mim e para as pessoas de boa vontade saber o quanto é diabólico o crack. Rogo perdão (só soube bem depois) por ter acontecido no patamar da nossa igreja. Mas é lá que ela sempre encontra o apoio, o carinho e a ajuda. Toda a comunidade é testemunha. (P. Tony)

Fonte: G1