Em 2014 passa a entrar em vigor o novo salário mínimo no valor de R$ 724,00. Isso vai injetar 28,4 bilhões no mercado brasileiro, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Este aumento pode representar dar um incremento nos investimentos a partir de fevereiro, mas no bolso do trabalhador não haverá grandes mudanças. O ganho real no poder de consumo é limitado pela inflação e especialistas acreditam que o poder de compra do trabalhador vai ficar estável e é equivalente a 2,23 cestas básicas.

Isto é o que afirma o economista Manoel Moedas. Para ele, este aumento não vai trazer grandes alterações no poder de compra do trabalhador. Pois o aumento de 6,78% sobre o antigo salário de R$ 678,00 não vai ultrapassar um pouco a inflação, que está projetada em torno de 6%. Além disso, ele explica que o aumento salarial implica no aumento dos preços dos produtos. Apesar do poder de crompra não ser amplo com o novo salário, o impacto na economia é bastante significativo.

O estudo do Dieese mostrou que 48,2 milhões de brasileiros têm rendimento referenciado no salário mínimo, sendo R$ 21,4 bilhões beneficiários do INSS e R$ 4,2 bilhões empregados domésticos. O novo mínimo aumentará a arrecadação em R$ 13,9 bilhões, segundo o Dieese. Na Previdência o impacto do novo salário será de R$ 12,8 bilhões. Os benefícios pagos no valor de um salário correspondem a 48,7% do montante repassado pela Previdência.

No total, 69,% dos beneficiários ou 21,4 milhões de pessoas recebem um salário mínimo.

“Em termos de consumo o aumento só vai repercutir em fevereiro. O reajuste foi baseado no aumento da inflação do ano passado. A inflação vai chegar a 6% ou um pouco menos. Por outro lado, o aumento salarial vem atrelado a alimentação vestuário, combustível e às vezes passagens de ônibus e avião. O poder de compra não vai aumentar.

Não serão grandes as alterações”, explica Manoel.

Ele avalia que este aumento foi adequado, pois se ultrapassasse muito a inflação isso ia repercutir numa alta de preços que poderia acarretar numa inflação maior e descontrolada. “O trabalhador acha que é muito pouco. Mas não adianta dar um aumento de 10% que vai repercutir nos preços dos produtos de um modo geral. O aumento tem que ser controlado pra não ser um efeito cascata. Tem que ser feito com muito cuidado”, esclarece.

Segundo ele, o setor de roupas e alimentos esteve inflacionado no final do ano, devido Natal e réveillon. No entanto, estes itens deverão baixar em janeiro. Contudo, Moedas afirma que uma parte dos empresários já vai fazer os repasses e agora alguns produtos já têm seus preços aumentados. Ele declara que neste primeiro momento os preços de eletrodomésticos e eletrônicos tendem a cair e em breve, em fevereiro, o setor de alimentos e vestuário começa a aumentar os preços.

Fonte: Meio Norte, por Vicente de Paula