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O número de mulheres assassinadas no Piauí aumentou. Sem proteção, muitas se calam e evitam denunciar. Quem superou o drama sabe da importância de seguir em frente e refazer a vida.

A comerciante Irene Rosa sentiu na pele a dor da violência doméstica. Na segunda vez que foi agredida pelo ex-marido decidiu denuncia-lo a polícia. “Não é fácil denunciar uma pessoa que é pai do meu filho, que um dia eu fui feliz com ele, mas foi bom que eu fui uma mulher corajosa, me senti aliviada e por minha causa, outras mulheres tiveram coragem e também procuraram a polícia”, relatou.

Por ter vivenciado essa situação, ela decidiu participar da campanha do Ministério Público, que incentiva a denuncia. Alguns manequins do shopping da cidade foram vestidos com a camisa da campanha. O promotor Francisco de Jesus Lima, que atua no juizado de combate a violência contra a mulher, incentiva o tipo de comportamento, mas reconhece que a demora de uma resposta da justiça favorece o agressor.

“A vítima foi totalmente esquecida no sistema penal brasileiro. Nós preocupamos com a liberdade do agressor, menos com a situação da vítima. Essa sensação de impunidade faz com que os crimes aumente”, contou o promotor.

Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) nos últimos 30 anos, o número de mulheres assassinadas no Brasil subiu 200%. No Piauí, de acordo com o Ministério Público, o índice cresce a cada ano cerca de 20%. Para quem é da área só a aplicação da lei não resolve o problema.

A delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher, acredita que a violência contra o sexo feminino ainda está ligada a falta de conscientização por parte de alguns homens. “Não pensaram ainda na importância da cidadania da mulher. Quando a mulher vai trabalhar ela tem o horário certo de chegar em casa e os homens tratam a mulher como  sua propriedade”, argumentou a delegada.

Fonte: G1