Dados são de uma pesquisa mensal realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis. (Imagem: Divulgação)
Dados são de uma pesquisa mensal realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis. (Imagem: Divulgação)

Pelo menos 92 pessoas foram assassinadas no Piauí em dezembro de 2014, um recorde em número de homicídios dolosos. Este foi a maior quantidade deste tipo de ocorrência registrada no ano. Antes do levantamento, a maior quantidade de assassinados em um único mês que o Estado havia registrado, foi 73 no mês de agosto. Os dados são de uma pesquisa mensal realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado (Sinpolpi).

O presidente do Sinpolpi e coordenador da pesquisa, define o período como “Um banho de sangue” o grau de violência que se abateu sobre o Piauí no último mês do ano de 2014. De acordo com ele, esta pesquisa, feita com base na divulgação dos crimes pelos meios de comunicação, tem como objetivo medir a violência no Estado e cobrar providências por parte das autoridades. Alarmado com o grande número de homicídios doloso, o sindicalista já estuda propor uma audiência com o novo secretário de Segurança Pública, Capitão Fábio Abreu para que algo seja feito o mais rápido possível.

Números

A quantidade de assassinatos em dezembro é exatamente 20 crimes a mais do que o registrado em novembro, que teve um total de 72 assassinatos. Dos homicídios acontecidos em dezembro, 50 aconteceram na Capital e 42 no interior e litoral. Também é do litoral o município que teve o maior número de assassinatos depois da capital: Parnaíba. A cidade registrou um total de nove homicídios dolosos.

Com relação ao instrumento do crime, o mais usado foi novamente a arma de fogo, com uso registrado em 50 casos. Em seguida aparece a arma branca, que teve um substancial aumento e registrou 27 assassinatos com este tipo de instrumento. Os casos por espancamentos somaram sete morte, também um recorde dentro da pesquisa.

No item ocupação das vítimas mais uma vez se sobressaíram os casos de pessoas envolvidas com crimes ou usuárias de drogas. 33 assassinatos tiveram como vítimas, detentos, ex-detentos, assaltantes, traficantes, internos, ex-internos ou viciados em drogas ilícitas. Em 14 casos não foi possível descobrir as ocupações das vítimas.

Com relação ao suposto motivo dos assassinatos, em 22 casos o ajuste de contas foi a principal motivação dada pelos acusados na hora de executar as vítimas; 10 crimes tiveram com causas o envolvimento das vítimas com quadrilhas de traficantes, distribuição e uso de drogas; sete assassinatos foram por motivos passionais; oito aconteceram durante bebedeiras e em 21 casos não foi possível descobrir o motivo do delito e os casos ainda estão sob investigações.

Os 50 assassinatos registrados em Teresina ficaram distribuídos da seguinte maneira: a zona Sul mais uma vez foi a mais violenta com 16 casos, em seguida aparece a zona Norte com 14 crimes, a zona Sudeste registrou 11 delitos e a Leste, nove assassinatos.

Também foram anotados os assassinatos de seis mulheres, a maioria formada por donas de casa e cujos delitos foram praticados por companheiros ou ex-companheiros nos chamados crimes passionais.

Fonte: Sinpolpi