mulher_agredida1Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) pelo Senado Federal aponta que, embora praticamente todas as mulheres brasileiras tenham conhecimento sobre a existência da Lei Maria da Penha, uma parcela significativa ainda se sente desrespeitada pelos companheiros. 

O levantamento realizado pelo instituto DataSenado mostra que uma em cada cinco entrevistadas declarou ter sofrido algum tipo de violência.

No universo das que sofreram violência, 26% continuam convivendo com o agressor – 23% sofrem hostilidades semanais e 67% são vítimas de violências raramente.

De acordo com a pesquisa, os principais agressores continuam sendo os homens que têm ou já tiveram relações conjugais com a vítima. Quase a metade das entrevistadas (49%) disseram ter sofrido violência do próprio marido ou companheiro. Enquanto 21% declararam ter sido agredidas pelo ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado.

Um dado animador do levantamento é que 97% das entrevistadas concordaram que os agressores devem ser processados ou punidos por seus atos de violência, ainda que sem a concordância da vítima. 

Mas apesar desta opinião ser quase unânime, nem todas as agredidas denunciam ou procuram ajuda, conforme aponta a pesquisa. 

O levantamento foi realizado de 24 de junho a 7 de julho pelo DataSenado, e 1.102 brasileiras foram entrevistadas.

Esta foi a sexta rodada da série histórica sobre violência doméstica e familiar contra a mulher realizada pelo instituto de pesquisas do Senado Federal. O trabalho é feito desde 2005, a cada dois anos, com mulheres de todos os Estados do país.

De acordo com o DataSenado, 43% das pesquisadas não se consideram respeitadas – em 2013 eram 35%. Apenas 5% sentem-se respeitadas – em 2013, eram 10%.

Na percepção do aumento da violência, os índices permaneceram estáveis quando comparados com os levantamentos anteriores: para 63% das respondentes a violência doméstica e familiar cresceu; 23% afirmaram que continuou igual e para 13% a violência contra a mulher diminuiu.

Tipos de violência – Segundo o DataSenado, as agressões físicas ainda são majoritárias entre os tipos de violências praticadas contra as mulheres: 66% das vítimas disseram ter sofrido esse tipo de agressão. 

A violência psicológica registrou crescimento de 10 pontos percentuais – 48% agora contra 38% em 2013. Em contrapartida, houve redução da violência moral – de 39%, em 2013, para 31%, agora.

Ciúmes e álcool são principais desencadeadores da violência

O estudo realizado pelo instituto de pesquisas do Senado Federal ainda aponta que os ciúmes e o consumo de bebidas alcoólicas são os principais desencadeadores das agressões – 21% e 19%, respectivamente.

Apesar de ainda existir quem, por motivos pessoais, opte por não fazer nada, a maior parte das pesquisadas procurou alguma forma de auxílio: 20% buscaram apoio da família, 17% formalizaram denúncia em delegacia comum e 11% denunciaram em delegacias especializadas na proteção à mulher.

Principais vítimas são as que têm menos estudo

Por fim, a pesquisa mostra que as mulheres mais agredidas são as que têm menor nível de instrução – 27% entre as que cursaram até o ensino fundamental; 18% até o ensino médio e 12% com curso superior.

Fonte: Portal O Dia