O Piauí deu início a uma das mais abrangentes investigações sanitárias já realizadas em seu território: um levantamento que pretende mapear a incidência de brucelose e tuberculose bovina, duas doenças que podem afetar tanto a saúde humana quanto a produtividade dos rebanhos.

As primeiras amostras de soro foram coletadas em municípios do sul do estado, como Paulistana e Simões, e já chegaram à sede da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), em Teresina. O material representa cerca de 60% das 1.200 amostras previstas para análise, abrangendo rebanhos de 120 municípios.

O estudo será conduzido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Minas Gerais, referência nacional em análises do tipo. A expectativa é que os resultados sejam divulgados até o fim do primeiro semestre de 2025.

Hoje, o Piauí ainda é classificado como zona de risco desconhecido para essas zoonoses. Com os dados em mãos, será possível traçar um diagnóstico preciso da situação no estado — etapa essencial para buscar uma nova classificação sanitária e, com ela, abrir portas para o crescimento do setor agropecuário.

De acordo com Janilson Lima, coordenador estadual do programa de controle das doenças, a melhoria desse status pode influenciar diretamente a economia e a saúde pública. “Falamos de leite mais seguro, estímulo à criação de bezerros e uma base sólida para políticas públicas de prevenção”, explica.

Além de impulsionar a pecuária, o levantamento representa um passo estratégico para garantir mais segurança alimentar à população e ampliar as possibilidades de comercialização para produtores locais.