O Piauí está avançando nas pesquisas sobre energia solar fotovoltaica no país. Só este ano o Estado ficou em segundo lugar em números de projetos cadastrados no 1º Leilão de Energia de Reserva (LER) 2015 do Governo Federal e será um dos destaques da segunda edição que ocorrerá próxima semana. Em 2016, a Universidade Federal do Piauí entra em uma nova fase no desenvolvimentos de suas pesquisas com a chegada de novos equipamentos de captação de luz solar.
Essas placas gerarão energia elétrica complementar para os laboratório que serão instalados pelo campus universitário e o restante deve ser distribuído para outros prédios da instituição. Através desses laboratórios que os estudantes e pesquisadores do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Energia Solar (GIPES), que agrupa membros de diversos cursos como Física, Engenharia, Geologia e Arquitetura da UFPI, do IFPI e o Instituto Piauí Solar, poderão trabalhar no desenvolvimento dos projetos com energia fotovoltaica.
O ponta pé inicial para essa nova fase de projetos voltados à energia sustentável ocorreu ano passado com a vitória do grupo de Eficiência Energética formada por alunos e professores do curso de Engenharia Elétrica ao ganhar o Desafio da Sustentabilidade do Prêmio Ideia do Ministério da Educação (MEC). Na época o grupo elaborou uma série de projetos que visavam diminuir o consumo de água e energia elétrica das universidades. Saindo à frente das 63 instituições participantes, a UFPI conseguiu um investimento de R$ 3 milhões para colocar as pesquisas em prática.
“Com o avanço das pesquisas a UFPI instituiu a Comissão Interna de Conservação de Energia para pensar sobre tornar a universidade mais sustentável, ou seja, os meios com que iremos aliar o desenvolvimento e funcionamento da nossa instituição utilizando os recursos naturais sem agredir o meio ambiente. Dessa forma estamos seguindo uma tendência que é mundial e conseguiremos o selo de Universidade Sustentável”, explica o professor de Engenharia Elétrica da UFPI, Fábio Roca, presidente da CICE.
O professor ainda reforça que o Piauí tem o potencial para se tornar um grande produtor de energia solar do país, pois o estado concentra uma das melhores incidências de radiação solar do mundo. Entretanto, para isso o investimento com o desenvolvimento das pesquisas devem ser maior, pois os equipamentos para por os projetos em prática ainda custam caro.
“O pais mais desenvolvido em energia fotovoltaico é a Alemanha, os maiores índices de incidência solar lá equivalem aos menores que temos por aqui. Então o Piauí tem um potencial superior que a Alemanha, mas em termos de investimento ainda perdemos. Por isso, temos que ganhar tempo em cima disso e tentar aproveitar esse recurso que temos em abundância que são os raios solares”, declara Fábio.
Mais avanços dentro do Estado
Além das pesquisas que estão sendo desenvolvidas dentro do Campus da UFPI, há outros projetos que já estão funcionando em outras partes do estado. Na região de Paulistana há lugares onde os pequenos agricultores não possuem um sistema de eletricidade convencional foram beneficiados com um projeto de bombeamento de água movidos por painéis solares.
Segundo o professor Fábio Rocha também há em outros lugares do Piauí onde estão sendo desenvolvidos mais pesquisas, abrindo editais para capitar mais recursos e empresas privadas que estão se destacando ao instalar sistemas geração em pontos comerciais e pequenas industrias utilizando energia solar.
“Deve-se ressaltar que a energia solar não é considerada uma energia firme, que podemos contar com ela todo o tempo, pois não é todo o tempo que as incidências solares estão disponíveis por conta do das condições meteorológicas. Por isso, a utilizamos como uma energia complementar, que será utilizada para economizar e minimizar a problemática da energia elétrica provenientes das usinas hidroelétricas”, explica.
Dificuldades atrapalham projetos
Apesar dos inúmeros avanços nas pesquisas em energia solar fotovoltaicas e o investimento inicial já existente, os pesquisadores se encontram de braços atados em relação a importação dos equipamentos, pois não existem fábricas acessíveis no Brasil. O valor dos impostos para entrar com essa tecnologia no país também é bastante alto o que encarece mais ainda os orçamentos da pesquisa.
Essas são as dificuldades encontradas por Lucas Cruz para continuar avançando com o seu projeto vencedor do concurso de sustentabilidade do MEC, que consiste na utilização de painéis solares nas fachadas dos edifícios das instituições federais de ensino, a fim de diminuir os gastos com material de construção e, ao mesmo tempo, produzindo energia dentro das instituições. “Atualmente estamos barrados em um processo de licitação nos projetos, pois precisamos comprar as placas para fazer um mini laboratório solar, que será a sede dos nossos estudos”, comenta o estudante.
Fonte: Meio Norte
Fotos: João Albert