Os municípios de Alegrete do Piauí e Avelino Lopes estão em situação de risco, em relação à Dengue, Zika Vírus e Chikungunya. A informação foi confirmada durante entrevista coletiva, em Brasília, pelo ministro da Saúde Marcelo Castro.

Além deles, 11 municípios estão em estado de alerta: Sigefredo Pacheco, São Miguel do Tapuio, Pio IX, Monsenhor Hipólito, Matias Olímpio, Jaicós, Francisco Santos, Cajueiro da Praia, Buriti dos Lopes, Bonfim do Piauí e Uruçuí.

O ministro Marcelo Castro afirmou que os mosquitos transmissores da dengue, Zica e chikungunya têm hábitos diurnos e costumam picar nas primeiras horas da manhã.

“As práticas de prevenção que vínhamos fazendo precisamos fazer com mais cuidado e envolvimento da sociedade. Precisamos atacar de maneira efetiva o mosquito da dengue”, destaca ministro Marcelo Castro

“Vamos testar as tecnologias disponíveis e as novas que estão sendo desenvolvidas para combater essa epidemia. Portanto é uma epidemia que está ocorrendo pela primeira vez aqui no Brasil. Não temos relatos e literaturas, nem ações em outros países que possam nos orientar nessa situação”, informou Marcelo Castro, lembrando que podem ser usadas telas com inseticidas nas janelas das casas como as usadas nas residências e apartamentos no Texas (EUA).

Ele informou que nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde promoverá uma reunião amanhã com todas as pessoas envolvidas na área para tomarmos as medidas necessárias para o momento.

“Estamos agora com um problema potencializado, além da dengue e da chikungunya, temos o vírus zika. O Ministério da Saúde está trabalhando com todos os pesquisadores e pessoas envolvidas com essa questão”, destacou Marcelo Castro.

O resultado do Lira 2015 indica 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika.

No Brasil, foram registrados em 2015, até 14 de novembro, 17.146 casos suspeitos de chikungunya, sendo 6.726 confirmados. O Ministério da Saúde registrou, até 14 de novembro, 1,5 milhão casos prováveis de dengue no país. O aumento é de 176%.

O armazenamento de água, como tonel e caixa d’água, foi o principal tipo de criadouro na região Nordeste. Nas regiões Norte e Sul, o lixo foi o depósito com maior número de focos encontrados.

Já o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas e garrafas, predominou nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. As cidades de Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre não encaminharam resultados dos casos de dengue.

10 capitais estão com índices satisfatórios (Boa Vista, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Campo Grande e Curitiba. São sete as capitais em alerta (Aracaju, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá, Belém e Porto Velho).

MICROCEFALIA

Durante a entrevista coletiva, em Brasília, Marcelo Castro, informou que o Governo Federal permanece realizando todos os esforços para monitorar e investigar o aumento de casos de microcefalia no país.O estado de Pernambuco mantém-se com o maior número de casos de microcefalia, 268, informou Marcelo Castro. 

Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1). Há uma morte sendo investigada, no Rio Grande do Norte. Até o dia 16 de novembro, quando foi divulgado o último boletim, havia 399 casos, em sete estados.

“É uma situação inédita, com manifestação grave. Em menos de um mês, foi identificada e rastreada a possível origem. Nunca tivemos a circulação do vírus Zika em um país populoso como o Brasil”, Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Em relação ao Zika, até esta terça feira, 18 estados tiveram confirmação laboratorial do vírus

Estados com confirmação laboratorial do vírus Zika: Roraima, Pará, Amazonas, Rondônia, Amazonas, Roraima, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espirito Santo, Mato Grosso e Paraná.

MAIS INFORMAÇÕES

Aos gestores e profissionais de saúde, o Ministério da Saúde orienta que todos os casos de microcefalia sejam comunicados imediatamente por meio de um formulário online que, está disponível a todas as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Sobre as gestantes, é importante que elas mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

É importante também que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Fonte: Meio Norte