O Brasil ganhou a sua primeira medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres neste sábado (28). A judoca piauiense Sarah Menezes derrotou a campeã olímpica em Pequim 2008, Alina Dimitru, da Romênia, por um waza-ari e um yuko na final da categoria até 48 kg e ficou com o topo do pódio.
Pela primeira vez na história do judô brasileiro uma mulher é ouro nas Olimpíadas. Além deste recorde, trata-se do primeiro ouro da modalidade desde os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, quando Rogério Sampaio conquistou o topo do pódio. Os números não param por aí. Com a vitória, a brasileira fez 4 a 2 no confronto direto com a romena, atual 5ª colocada no ranking mundial da FIJ (Federação Internacional de Judô).
A trajetória de Sarah nas Olimpíadas começou com um triunfo sobre a chinesa Ngoc Tu Van com dois yukos. Depois, nas oitavas de final, Sarah superou a francesa Laeticia Payet com um yuko.
Nas quartas de final, a brasileira ganhou de outra chinesa, Shugen Wu, também com um yuko. Na semifinal, quarto confronto do dia, Sarah superou a belga Charline van Snick com um yuko.
Contra a romena na final, Sarah precisou suar para ganhar. Até o último minuto, ninguém havia pontuado — Sarah estava em leve vantagem porque a romena havia sofrido uma punição. Na segunda metade da luta, Sarah encaixou um golpe e conquistou um yuko, o que deu tranquilidade à brasileira. Nos últimos segundos, ainda houve tempo para outro golpe, que rendeu um waza-ari para a judoca do Piauí.
Em entrevista concedida, de Londres, a piauiense Sarah Menezes, de 22 anos, diz ter consciência de estar fazendo história por ser a primeira judoca brasileira a conquistar o ouro olímpico na categoria e agora vai jogar toda a sua energia em seu projeto para manter o Centro de Treinamento de Judô, que criou em Teresina com objetivo de treinar jovens que não têm dinheiro para praticar o esporte.
“Quero que seja o maior projeto social e esportivo do Piauí”, declarou Sarah Menezes.
Ela afirmou que teve que sair escondida de casa para lutar judô e a pedir dinheiro emprestado para chegar ao clube onde treinava.
“Comecei quase que numa brincadeira, na escola, mas logo vieram as competições. Tive sorte de ter um técnico que acreditou em mim desde o início e planejou toda a minha carreira. Eu nem sabia o que era uma Olimpíada no início. Não havia tradição de esporte na minha família, nem no meu Estado, então para eles era uma atividade extraclasse, como a educação física. mas todos achavam que era um esporte masculino. Como eles sabiam que eu gostava muito, não me deixavam ir se eu não estudasse ou tirasse nota ruim. Entramos numa conciliação constante e tudo foi dando certo. Às vezes eu ia escondida, pedia vale emprestado. Foi desafiador”, falou Sarah Menezes.
Saran Menezes enviou uma mensagem aos piauienses: “É possível. Sim, é possível Acreditem”.
Fonte: R7