Várias viaturas da Polícia Militar se encontram com a quantidade de combustível reduzida. A crise afetou todo o Estado e o problema é reflexo da publicação do próprio Governo do Estado no Diário Oficial, que determinou a redução em até 60% dos gastos do governo com a aquisição de combustíveis, serviços de manutenção de veículos e telefonia.
Em Parnaíba, por exemplo, os veículos do 2º Batalhão de Polícia Militar “Major Osmar” eram abastecidos em 35 litros por dia. Durante a crise, o combustível foi reduzido para 15 litros. Agora, o abastecimento consiste em 10 litros pela manhã e 10 à noite, totalizando 20 litros para todo dia. Quantidade que, para os Policiais, é pouca para um trabalho efetivo.
Com o problema, algumas ocorrências deixaram de ser atendidas. Houve um caso, por exemplo, que deixou os Policiais Militares de Parnaíba insatisfeitos, quando uma família inteira foi amarrada durante um assalto na localidade Brejinho de Fátima, zona rural de Luís Correia, e as viaturas não puderam ir até o local para capturar os acusados. A problemática na Polícia Civil é a mesma: pouco combustível para a grande demanda de trabalho.
“Nós não temos combustível. Temos uma viatura alocada que a qualquer momento pode ser apreendida pela locadora de veículos. A situação não é boa, pois estamos sem operacionalizar atividades policiais em decorrência das condições de trabalho. Com o problema, não podemos nos deslocar da delegacia com os agentes, sem que haja disposição de viaturas. E até temos o veículo, mas não temos combustível pois os cartões estão zerados”, lamentou o delegado de Polícia Civil de Luís Correia, João José Pereira, conhecido como “JJ”.
A situação no Posto Avançado do Instituto Médico Legal de Parnaíba não é muito diferente, pois a única viatura do IML até que tem combustível, mas os funcionários são proibidos de atenderem ocorrências fora da zona urbana de Parnaíba.
“O nosso combustível foi cancelado no começo do mês. Há uma semana chegou a nossa cota de setecentos reais, mas quando fomos abastecer o cartão se encontrava bloqueado. Ficamos um bom tempo somente com meio tanque, e agora conseguimos completar com cento e vinte e cinco reais. Ou seja, se essa gasolina acabar o carro irá ficar encostado, pois não possuímos nenhum centavo para gasolina”, explicou o auxiliar de necropsia do IML de Parnaíba, Robinson Castillo.
O Piauí possui atualmente dois postos do Instituto Médico Legal, um no litoral e o outro na capital Teresina. O posto parnaibano é responsável por toda a região norte, que engloba os municípios de Luís Correia, Buriti dos Lopes, Cajueiro da Praia, Ilha Grande do Piauí, Caxingó, Caraúbas, Murici dos Portelas, Joaquim Pires e Cocal. De acordo com Robinson Castillo, a situação é alarmante. Segundo ele, se alguém sofrer alguma morte violenta nesses municípios, os próprios familiares da vítima deverão providenciar a remoção do corpo.
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Por Kairo Amaral