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Carta aberta

 O PLS 448/2011, de minha autoria, apensado ao PLC 16/2010 do Executivo e outros – que tratam do PRÉ-SAL –, está tramitando em regime de urgência aprovada pelo plenário do Senado. A votação desse projeto está marcada PARA A PRÓXIMA TERÇA FEIRA (04/05), após a votação de 3 Medidas Provisórias e antes da votação do veto presidencial, em sessão do Congresso Nacional, convocada para quarta-feira (05/10).

Creio que estamos chegando no limite dos limites pela via das negociações. A posição, especialmente da representação do Estado do Rio de Janeiro, embora tenhamos tido muitas reuniões e um bom diálogo, é a de manter a posição de NENHUMA MUDANÇA nas regras da área já licitada, correspondente a 28% da área já estudada na região do PRÉ-SAL e Petróleo em Mar.

Temos duas alternativas:

1) Votar o veto na sessão do Congresso Nacional marcada para o próximo dia 5 de outubro, onde podemos DERRUBAR O VETO ao projeto de Lei aprovado pela Câmara e Senado. Há ampla maioria para derrubada do veto e sabemos o significado e os riscos dessa votação;

2) Defendo a segunda alternativa: apreciar o PLS 448/2011 (em conjunto com o PLC 16/2010) que está no Senado em regime de urgência, e é fruto de intensas negociações.

Quero agradecer antecipadamente todo o apoio que recebi para o aperfeiçoamento desta proposta: da equipe da presidenta Dilma, do Fórum dos Governadores, das Assembléias Legislativas; também às entidades que representam os municípios e Câmaras Municipais; aos movimentos sociais – e destaco a atuação da UNE, representando os estudantes.

Destaco aqui também o trabalho e a boa vontade da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), dos Líderes dos partidos na Câmara e no Senado, dos coordenadores de bancadas e equipes técnicas, bem como dos representantes dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, pelo diálogo maduro, contribuindo também para essa proposta.

A proposta que apresentamos deverá receber do relator senador Vital do Rego SUBSTITUTIVO que considera alguns princípios fundamentais:

a) EVITA O DESEQUILÍBRIO DOS ESTADOS CONFRONTANTES, garantindo, em 2012 (primeiro ano que a nova lei vai vigorar), o recebimento de valor nominal próximo ao pago aos Estados Confrontantes no ano base 2011, e previsto nos seus orçamentos para 2012.

b)  Considera o preço atual do barril do petróleo e outros aspectos. Em 2012, prevê uma receita total de royalties e participação especial, de petróleo em terra e mar, no valor de R$ 29 bilhões (sendo R$ 28 bilhões de petróleo em mar e cerca de R$ 1 bilhão de petróleo em terra). Dessa forma, OS ESTADOS E MUNICÍPIOS CONFRONTANTES receberão cerca de R$ 12 bilhões, incluindo sua participação no Fundo Especial.

c) Considera que a União receberá, na mesma distribuição em 2012, cerca de R$ 9 bilhões de receitas com petróleo em mar e em terra.

d) Considera que o FUNDO ESPECIAL, que pertence a todos os Estados e Distrito Federal, distribuirá cerca de R$ 8 bilhões: metade para os Estados e metade para os Municípios, pelas regras do FPE e FPM.

e) Evita uma disputa judicial. Trata-se da regulamentação da maior riqueza a ser partilhada pelo povo brasileiro.

f)  Considera que a aprovação desta lei permitirá leilões da nova área da partilha. A área de concessão corresponde a apenas 28% da área total a ser explorada. Temos, a licitar, 72%, o que formará o maior fundo social da história do planeta. Estima-se que este Fundo Social chegará, na próxima década, a U$S 1,5 trilhão.

g) Considera que esse recurso, pela lei, será destinado para o que mais o povo brasileiro precisa: educação, saúde, esporte, cultura, segurança, ciência e tecnologia, erradicação da miséria e da pobreza, defesa civil, meio ambiente e políticas de tratamento para dependentes químicos.

Faço, então, um apelo para que a bancada do seu Estado esteja mobilizada nos dias 4 e 5 de outubro, de forma que consigamos aprovar esse projeto que definirá os rumos do desenvolvimento dos Estados e municípios do Brasil, a partir de uma nova fonte de recursos que pertence a todo o povo brasileiro.

Assim como na campanha de Getúlio Vargas, quando o Brasil saiu às ruas para ressaltar “O Petróleo é Nosso”, agora podemos ressaltar: “O petróleo é de todo o povo brasileiro. Os royalties também!”.

Senador Wellington Dias (PT-PI)

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 Tel.: (61) 3303-9049; (86) 3231-1650