Promotor de Justiça, Eliardo Cabral (Foto: Meio Norte)

Um dos entrevistados de hoje do Bom Dia Meio Norte, apresentado por Ieldyson Vasconcelos, foi o promotor de Justiça Eliardo Cabral, que é encarregado do caso Fernanda Lages, estudante encontrada morta no dia 25 de agosto no prédio em construção da Procuradoria da República.

Ieldyson Vasconcelos: Promotor o que você acha sobre os resultados dos exames de DNA? (Nenhum dos 18 resultados de exames apontou suspeito).

Eliardo Cabral: Sem surpresas. Das pessoas que tiveram material colhido eu não esperava que desse algo. Se pega DNA de um trabalhador que entrou lá muito depois do crime.

Ieldyson Vasconcelos: E sobre o trabalho da Polícia Federal no caso?

Eliardo Cabral: Está sendo feita uma análise de tudo que foi feito. O Ministério Público está trabalhando de forma harmônica com a Polícia Federal. Posso assegurar que o que for feito será para descobrir. Agora mais do que nunca eu tenho convicção do que vou entregar ao delegado. As pessoas estão me entregando é um dossiê com muitos detalhes. Hoje tenho mais convicção do que há 15 dias.

Ieldyson Vasconcelos: Sobre a análise do inquérito pela Polícia Federal?

Eliardo Cabral: É melhor fazermos o certo por mais que demore, do que errado e rápido. A Polícia Federal não vai entrar nessa causa só para analisar, mas para investigar.

Ieldyson Vasconcelos: E sobre o trabalho da Polícia Civil, qual sua opinião?

Eliardo Cabral: Conheço a polícia desde quando eu ingressei no Ministério Público. Quer me ofender, fale mal da Polícia Civil ou da Militar. O que houve foi uma descaracterização de forma maldosa. A Polícia Civil está sendo vítima de um ato debochado contra a instituição. (Ele disse isso porque a Polícia Civil está com descrédito perante a sociedade devido a não ter dado resultado sobre a morte da estudante Fernanda Lages).

Polícia Civil é defendida

O presidente do sindicato da Polícia Civil, Cristiano Ribeiro, e o delegado de Luís Correia, Eduardo Ferreira também estiveram hoje no Bom Dia Meio Norte para defender a instituição a qual fazem parte.

“Nós lamentamos que a investigação do caso Fernanda Lages tenha sido ‘atabalhoada’ e quero dizer que nós também ficamos de expectadores. Dizer apenas que o caso Fernanda Lages foi homicídio é quebrar uma máxima da Polícia Civil que diz não existir crime perfeito, mas mal investigado. Nós estamos aqui para defender a instituição Polícia Civil”, afirma Cristiano Ribeiro.

Ele disse ainda que hoje a Polícia Civil é desestruturada e que lamenta pelos familiares de Fernanda Lages. Cristiano Ribeiro disse: “O tsunami que passou pela Polícia Civil tem nome: Robert Rios Magalhães”.

Eduardo Ferreira disse que a Polícia Civil é subordinada. “A Polícia Civil está garroteada. Como podemos ter uma polícia livre e independente se a Comissão do Criem Organizado está subordinada ao secretário de segurança? A Polícia Civil está a UTI e quem pode tirar ela daí é o governador do Estado (Wilson Martins)”, falou ele.

O delegado de Luís Correia, Eduardo Ferreira, finalizou: “Não posso dizer quem matou Fernanda Lages, mas posso dizer que estão querendo matar a Polícia Civil”.

Fonte: Meio Norte / Bom Dia Meio Norte