Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 e 29 anos, perdendo apenas para acidentes de carros. Quem recorre ao suicídio ou pensa em se suicidar vivencia sentimentos de ambivalência, desamparo e perda do sentimento de pertencimento a um determinado grupo social ou sistema familiar.

 

Nem sempre a pessoa com a ideação suicida manifesta os sintomas de sofrimento. Tem pessoas que seguem uma vida aparentemente “normal” e por não conseguirem se expressar, podem estar vivenciando conflitos internos e ocultos. Por outro lado, evidencia-se a importância de se estar alerta para as mudanças no comportamento, nas palavras e, no “barulho” do silêncio, pois às vezes a ausência de palavras diz mais do que seus ruídos.

 

Todo tipo de manifestação é importante, seja ela verbal ou não verbal. Muitas se revelam como um pedido de socorro que urge antes do ato, tanto que o meio científico destaca a possibilidade de 90% dos casos de mortes por suicídio serem passíveis de prevenção.

 

Atualmente, muitos sentem que não há ninguém disponível para escutar o outro. A educação das crianças, muitas vezes, está voltada para a competição e solução de problemas, acarretando um processo de individualização e distanciamento entre os laços sociais. Na falta da palavra e dos sentimentos afetivos, os objetos de consumo se fazem presentes e a violência encontra um lugar no desamparo.

 

Como consequência, as pessoas podem ficar cada vez mais introvertidas e individualistas, implicando em uma série de problemas na vida adulta. Além disso, há uma tendência das novas gerações em reagir de forma extrema às frustrações, o que pode explicar as crescentes taxas de autoextermínio ou autopunição, como nos casos da mutilação do corpo.

 

Diante dessa realidade, insistimos que existem meios de prevenir o suicídio e um deles é atentar para o que as pessoas estão querendo dizer com os gestos, escritas e sinais. A comunicação pode acontecer de diversas formas e não podemos ignorá-la, pois quem avisa e fala que vai se suicidar uma hora pode passar ao ato. Às vezes, as pessoas não dizem necessariamente que vão se suicidar, um simples questionamento da vida ou uma expressão de menos valia podem ser sinais de alerta. A banalização da fala do outro é um dos pontos que mais impede o trabalho de prevenção.

 

Por isso, vale ressaltar a importância de falar desse assunto, assinalando as principais dificuldades. Atualmente, existem vários serviços de prevenção. Além de profissionais da saúde, existe o CVV, rede de prevenção e apoio. O atendimento funciona 24h em qualquer parte do Brasil. E é totalmente gratuito e sigiloso. Precisando conversar, ligue 188 ou acesse www.cvv.org.br

 

Fernando – CVV Goiânia – GO

Fonte: CVV