A Lagoa do Portinho, localizada no município de Parnaíba, litoral do Piauí, está secando por conta da ação do homem, o movimento das dunas e a estiagem prolongada. O entendimento é da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), que realizou fiscalização no local e descartou ainda o represamento de riachos ou desvio de água, hipótese levantada por alguns comerciantes como fator decisivo para assoreamento da lagoa.
“A Semar já realizou fiscalização nas propriedades que ficam no entorno da lagoa para verificar se está havendo o desvio de água, conforme foi noticiado pela imprensa, porém, foi constatado que isso não existe, até porque não tem água para barrar. A lagoa secou integralmente. Está tudo seco na região”, ressaltou a bióloga Roseane Galeno.
De acordo com a Semar, desde 2010 que a lagoa não registra seu nível normal de água e nem mesmo um período chuvoso intenso neste ano poderá devolver a lagoa o seu nível normal. Nos últimos três anos, os rios Portinho e Marruás, que despejavam muita água na lagoa, não têm água correndo no leito. O Portinho que, ainda, tem um pouco de água, devido ao movimento das marés, não consegue sangrar em direção a lagoa, devido a uma obstrução.
Segundo a Semar, a última cheia registrada que garantiu água para a Lagoa do Portinho foi em 2009, quando ela recebeu uma quantidade cinco vezes mais do que o esperado. Desde então, vem sendo constatado uma rigorosa estiagem.
O secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ziza Carvalho, disse que já tem informações sobre a situação da Lagoa do Portinho e que outras quatro lagoas da região, Sobradinho, Jaboti, Mutuca e Camurupim, também enfrentam a estiagem.
“Tenho conhecimento que já foi feito um trabalho de revitalização, mas certamente era para ter tido continuidade no monitoramento das dunas. Novas fiscalizações serão feitas na região e então, tomaremos as providências que visem minimizar a situação”, enfatizou.
Com relação à hipótese de que existiam barragens em propriedades privadas, os fiscais da Semar informaram que não foi encontrado nada que levasse a crer nisso. Os proprietários também estão enfrentando a estiagem, resultando na paralisação das atividades de piscicultura.
“Em 2015, estaremos trabalhando o monitoramento ambiental do sistema lagunar como um todo, que inclui perfuração de poços tubulares, ocupação de área de preservação ambiental, a criação de unidades de conservação que irá restringir o uso da lagoa e organizará a visitação quando ela voltar a ficar cheia. Além disso, iremos trabalhar a ampliação do controle de contenção das dunas, que também ameaçam as comunidades”, acrescentou o secretário.
Fonte: G1 Piauí