O terceiro momento da história de nossa colonização.

Nosso primeiro momento de colônia foi durante os séculos XV ao XVIII, quando pertencíamos a Portugal. Toda nossa matéria prima era enviada para Europa e nada poderíamos fazer, existiram ate algumas tentativas para mudar esta situação tais como: Conjuração Baiana, Conjuração Mineira, mas sem sucesso, foram massacrados pela colônia portuguesa. Alguns anos depois com a chegada da família real devido a Revolução Francesa, alguns anos depois conseguiram a tão “sonhada liberdade” porém apenas aparentemente, pois continuávamos sendo colônia europeia do ponto de vista econômico.

O segundo momento da história de nossa colonização foi com o advento da Revolução Industrial, já em sua segunda fase. Momento oportuno, aproveitado pelos Estados Unidos da América, que percebeu a necessidade de fazer reformas estruturais, mesmo que para isso fosse necessário ocorrer uma guerra e assim aconteceu a “famosa” Guerra de Secessão que acabaria com alguns elementos considerados fundamentais para o atraso da economia norte americana entre eles estavam: Escravidão, Latifúndio, Monocultura e uma política voltada para o mercado externo. Após a Guerra de Secessão esses entraves foram praticamente eliminados. No Brasil podemos apontar como exemplos de tentativas de fazer o Brasil acompanhar a industrialização:  O  Barão de Mauá, que sofreu inúmeras perseguições dos latifundiários, escravocratas e agricultores paulistas, devido seus investimentos  na    indústria ; Ruy Barbosa, que tentou incentivar  a industrialização  logo no primeiro governo republicano brasileiro, Marechal Deodoro da Fonseca, porém, sua política de incentivos às industrias foi um fracasso,  os recursos liberados pelo governo tiveram outros fins.

Com o discurso da divisão internacional do trabalho, em que uns oferecem produtos industrializados e outros matéria prima, aceitamos a não implantação de fábricas em nosso país no final da Monarquia e início da República.

Agora, estamos sendo colonizados pela terceira vez, pois não conseguimos acompanhar o mundo em seu desenvolvimento das ciências e tecnologias. Mais uma vez ficamos com a função de mero consumidor, o que nos iguala ao momento de período colonial.

Na década de 50 quando o mundo vivia, segundo Hobsbawm a Era de Ouro, um presidente brasileiro disse que precisaríamos acompanhar a industrialização. O que aconteceu de fato foi a abertura do mercado brasileiro para a indústria automobilística. Depois em 1990 outro presidente afirmou que o Brasil “andava de carroça enquanto o mundo andava de carro” ele então resolveu abrir a economia brasileira para produtos importados.

Assim abertura dos portos em 1808, industrialização automobilística na década de 50 e produtos de informática na década de 90 são politicas de igual valor. Apenas atendendo ao mercado fornecedor.

Enquanto não direcionarmos nosso ensino para pesquisa, o que significa bastante investimento em ciências e tecnologia, nós seremos eternas colônias.

Lucivaldo Quixaba Ferreira

Historiador