Luiz Dórea indica que ex-campeão dos médios pode ter tido “dor psicológica” na perna fraturada em dezembro de 2013: “Isso o limitou, ele não achava a distância”.
Técnico de Anderson Silva, Luiz Dórea não concordou com o resultado da luta principal do UFC Londres, no último sábado, no qual Spider foi derrotado por Michael Bisping na decisão unânime dos juízes.
Em entrevista ao Combate. com logo após o evento, Dórea revelou que o ex-campeão dos médios teve dificuldade em encontrar a distância no duelo e que sentiu a perna esquerda, a mesma fraturada na luta contra Chris Weidman, em dezembro de 2013, logo no primeiro chute desferido na luta, no que pode ter sido um episódio de “dor psicológica”.
– O Anderson estava tendo dificuldade em achar a distância, porque quando ele chutou, logo no início do primeiro round, sentiu a perna, a canela, ele acha que trincou (diz, levando as mãos à cabeça em sinal de que a dor seria psicológica). Então, isso o limitou, ele ficou mais limitado para poder boxear e chutar. Anderson achou que trincou a canela, a perna esquerda. Por isso, ele estava meio sem distância, mas ele continuou sendo contundente. Veja como ficou o rosto do Bisping – declarou.
O treinador também explicou o que aconteceu após a joelhada desferida por Anderson Silva em Michael Bisping no clinche, logo no final do terceiro round. O lutador inglês fazia sinal para o árbitro parar o duelo, porque seu protetor bucal tinha caído, mas a luta estava em um momento de ação, com Spider no ataque. Justamente por isso, Herb Dean esperou o desenrolar da ação para intorromper o combate, que se sucedeu com a joelhada voadora, o soar do gongo (indicando o fim do round) e com Anderson saindo para comemorar, achando que tinha vencido o duelo.
– Quando ele deu a joelhada, foi, se não me engano, junto com o final do round. O Bisping praticamente desistiu da luta. O árbitro, Herb Dean, estava pedindo para ele vir e ele falava que não queria voltar. Tanto que começamos a comemorar e o Bisping ainda estava parado. Depois, levantaram o Bisping, o ajudaram e colocaram o banco no meio do octógono…O Bisping não conseguiu nem ir para o córner dele. Quer dizer, o árbitro praticamente ajudou o Bisping a voltar para a luta. Ele não queria mais voltar, foi obrigado a voltar. Então, pra gente a luta acabou ali, já existia um descontrole. O Bisping estava praticamente nocauteado e o Anderson parou achando que a luta tinha acabado. Quando o árbitro entrou e parou, o Anderson começou a comemorar, depois o árbitro pediu para ele voltar…Quer dizer, nós não entendemos nada.
Dórea reconhece, no entanto, que Spider podia ter sido mais agressivo no combate:
– Na realidade, faltou o ataque, mas como eu falei, ele não se adaptou bem à distância, até pelo tempo que ficou inativo, afinal foi mais de um ano sem lutar. No entanto, ele foi contundente e estava se movendo daquela forma para achar essa distância. Anderson não ficava com a cabeça parada, ele ficava se movendo e dizia: “Mestre, eu não estou achando a distância”. Quando o árbitro o mandou voltar (depois da confusão no terceiro round), eu já fiquei preocupado com o resultado e eu disse: “Anderson, vamos buscar o nocaute”. Só que eu não imaginava que iria acontecer isso. Não concordei com a decisão dos juízes. Foi uma decisão completamente contrária à realidade. A luta acabou ali. O Anderson venceu a luta por nocaute. O Bisping estava nocauteado – finalizou.
Fonte: Sportv.globo