Foto: Reprodução
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Após a notificação de alguns constrangimentos em edições passadas, o Ministério da Educação (MEC) abre pela primeira vez a possibilidade de transexuais ou travestis utilizarem o nome social para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A concretização da medida se dá através da solicitação por telefone do candidato ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). A medida foi anunciada na última segunda-feira (12/05) no site do certame e traz todas as orientações para a inscrição.

O secretário executivo e supervisor do grupo LGBT na Seduc (Secretária de Educação) Evilásio Cunha, usa o nome social Samantha Brasil e vê uma evolução no processo. “Na questão da diminuição do preconceito é um grande avanço, principalmente na obtenção do respeito”, declara. Para ele, essa característica é primordial e deve mover todas as relações. “Todos nós temos algum tipo de preconceito, mas temos que respeitar cada um”, declara.

O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior no país, e concentra milhões de estudantes em busca do sonho de uma vaga nas universidades ou faculdades espalhadas pelos Estados da Federação. Cunha crê em um incremento na participação de transexuais e travestis. “A questão é justamente para que as pessoas caiam na realidade da vida que o estudo é importante”, impõe. Ele também insere uma nova perspectiva e aponta para o desejo de que a classe passeie por diversas áreas de atuação. “Os transexuais e travestis, em sua maioria, não chegam a almejar este nível de ensino, não se qualificam e acabam ocupando as mesmas áreas”, constata. A esperança é que haja um maior interesse pelos vários ramos profissionais. “Hoje temos que ter a mente mais aberta, essa decisão do MEC é uma porta que se abre”, completa.

Fonte: Meio Norte