IFPI de Campo Maior, que vai funcionar com energia solar (Efrém Ribeiro)
IFPI de Campo Maior, que vai funcionar com energia solar (Efrém Ribeiro)

As unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPI) e hospitais de rede pública estadual de saúde funcionarão com energia solar. Na semana passada, a Universidade Federal do Piauí (Ufpi) já tinha anunciado que funcionará com energia solar a partir de 2016.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que deverá ser lançado, com o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), um programa de implantação de energia solar em hospitais, universidades federais e escolas técnicas. Ele disse que a implantação deverá ser de forma eficiente e moderna e cujos frutos serão exportar o modelo e gerar capacitação de profissionais no setor.

Serão beneficiados os campi do IFPI de Teresina, o Central, da Zona Sul, em Angical do Piauí, Campo Maior, Cocal, Corrente, Dirceu Arcoverde, Floriano, José de Freitas, Oeiras, Parnaíba, Paulistana, Pedro II, Picos, Pio IX, Piripiri, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Uruçuí e Valença do Piauí.

O secretário estadual de Saúde, Francisco Costa, afirmou que com o lançamento do programa pelo Ministério das Minas e Energia a Secretaria Estadual de Saúde irá apresentar projetos para que os hospitais passem a funcionar com energia solar.

“Vamos apresentar os projetos para que os hospitais funcionem com energia solar contribuindo com a redução dos custos com energia, uso da energia limpa e melhora na distribuição de energia evitando que falte luz nas unidades hospitalares”, declarou Francisco Costa.

Braga defendeu a eficiência energética por meio de energias mais limpas e sustentáveis durante evento em São Paulo, que reuniu organizações que representam o setor empresarial para discutir as mudanças climáticas e as implicações e oportunidades diante da nova INDC brasileira, que traz as medidas a serem tomadas para reduzir e remover as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). A meta anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro é reduzir em 37% as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 2005 e 2025 e em 43% até 2030.

“Eu acho que o Brasil tem muitas oportunidades diante desses desafios porque tem as características naturais adequadas, nosso tamanho do ponto de vista do mercado, seja por energias renováveis e setor elétrico é muito grande na América do Sul”, afirmou. De acordo com o ministro, o país deu provas de ser robusto no setor elétrico, com segurança energética, “mas manter o setor elétrico é caro, e nós precisamos vencer o desafio da energia elétrica no Brasil”.

A reunião, que tem apoio do British Council, é uma realização da Iniciativa Empresarial em Clima (IEC) – que reúne o Instituto Ethos, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), o CDP, o Pacto Global e o Instituto Envolverde.

Fizeram parte da mesa o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani e os CEOS: Wilson Ferreira Junior, Presidente da CPFL, Rogerio Zampronha, Presidente da Vestas e José Édison Barros Franco, Presidente da InterCement.

Rogério Zampronha, Presidente da Vestas (líder mundial no setor de eólica) representou Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que vem desenvolvendo propostas com o governo nas áreas de renováveis e de eficiência energética por meio do Conselho de Líderes. A Vestas está investindo R$100 milhões em uma nova fábrica em Aquiraz, município próximo a Fortaleza, que será inaugurada no fim do ano. “O Brasil tem enormes vantagens comparativas nessa área. Nenhum segmento em energias renováveis é mais competitivo que a eólica”.

Para ele, a meta voluntária do Brasil (INDC) para energia eólica é bem factível. “Além do vento ser muito bom (constante e forte), o Brasil tem uma cadeia de suprimentos sólida e bem desenvolvida nesta área”, concluiu. Sobre a ampliação do uso de renováveis como previsto nas INDCs, por meio da expansão da geração de eólica e solar, e relação com a resolução da falta de água no Brasil, Zampronha disse que “se não fosse a energia eólica o Nordeste estaria passando por muitos problemas de falta energia. A meta de 23% de renováveis na matriz brasileira é ambiciosa e os desafios são os gargalos de infraestrutura”.

O grupo discutiu como o setor pode atuar para que o Brasil consiga cumprir o compromisso de reduzir as emissões de gases em 37% até 2025. A nova INDC foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro deste ano, em Nova York. A intenção é estabelecer formas mais proativas de participação do empresariado brasileiro na promoção de uma economia de baixo carbono. Além disso, foram discutidas as consequências e as oportunidades geradas pela nova meta, assim como as necessidades de adequação dos setores produtivos.

O ministro Eduardo Braga disse que o Brasil precisa enfrentar o desafio de substituir 15 gigawatts em usinas térmicas ineficientes, caras e poluentes por novas formas de geração, mais limpas e baratas. “O desafio é como descontratar esses 15 GW. Ouço dizer que esses contratos são ‘imexíveis’, mas não são, existem cláusulas”, afirmou Braga.

O evento contou com apresentação da Embaixada do Reino Unido no Brasil sobre as oportunidades de cooperação bilateral em clima. British Council e Ministério do Meio Ambiente anunciaram parceria para a coordenação e investimentos do Newton Fund em uma Plataforma de Conhecimento em Adaptação às Mudanças Climáticas. A iniciativa será implementada em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e o International Institute for Environment and Development (IIED).

Fonte: Meio Norte