Ligar o aparelho de ar-condicionado para amenizar a onda de calor tem reflexos na conta de energia no fim do mês e no tanque de combustível. Porém, cuidados simples podem gerar economia.

Evitar manter a temperatura no mínimo de 17 ºC, por exemplo, diminui o consumo de energia e também é melhor para a saúde. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica manter a temperatura entre 22 ºC e 25 ºC, como referência de de conforto térmico para o maior número de pessoas.

Na hora de comprar o aparelho, a Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) recomenda olhar selos de eficiência energética emitidos por entidades do governo, como o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Essa certificação indica que o produto gasta menos enquanto mantém conforto e qualidade e pode ser reconhecida por uma lâmpada, com um rosto feliz, e contorno vermelho.

Também serve de referência a nova etiqueta do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que vai do grupo mais eficiente A ao F, duas letras a mais do que na antiga. Todos os produtos fabricados a partir deste ano têm de seguir esse padrão.

Os aparelhos com tecnologia recente de inversão (esfria e esquenta) consomem até 70% menos eletricidade do que os mais antigos.

Outro fator a se considerar é a potência do aparelho, que deve ser adequada a área, desenho do cômodo, exposição à luminosidade, número de pessoas e de aparelhos eletrônicos.

Para um quarto pequeno, de nove metros quadrados, por exemplo, um aparelho de 7.000 a 7.500 BTUs (unidade térmica de referência nos aparelhos) basta, segundo norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A Abrava recomenda usar como base a medida de 600 BTUs por metro quadrado. Quando o ambiente tem mais de duas pessoas, devem ser somados 600 BTUs para cada pessoa adicional. Se o ambiente tem exposição ao sol, mais 800. Após a conta, o consumidor deve escolher o aparelho de potência imediatamente superior, de acordo com o diretor da associação, Toríbio Rolon.

Os moradores podem aderir a cortinas grossas para evitar a exposição direta à luz solar ou desligar aparelhos não utilizados, o que diminui a exigência de consumo do ar-condicionado.

A contratação de um profissional especializado para projetar a instalação do ar-condicionado também garante um ambiente climatizado com controle de temperatura e um consumo de energia adequado.

Atenção na manutenção também salva o consumidor dos gastos extras. Os filtros devem ser trocados, no máximo, de três em três meses para evitar problemas de saúde, mas a Abrava indica reposição mensal.

Aparelhos mais antigos consomem mais energia. Uma alternativa a comprar um novo aparelho é recorrer ao “retrofit” -técnica de retificação do equipamento de ar-condicionado para aumentar eficiência energética e segurança.

ECONOMIZE COMBUSTÍVEL NO CARRO

Ligar o ar-condicionado em carros aumenta o consumo de combustível, mostram os manuais dos próprios veículos. Esse gasto adicional, em norma, fica na faixa de 25% a 30% a depender do modelo, de acordo com a AEA (Associação Brasileira Engenharia Automotiva).

Baixar os vidros e não usar o ar-condicionado para economizar é algo que funciona em baixas velocidades. Já em uma estrada, por exemplo, pode ter até o efeito contrário em função da resistência do ar, que exige mais do motor do carro, segundo o professor de engenharia mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Rodrigo Bernardello.

Durante a condução com o ar-condicionado ligado, fechar as janelas ainda aumenta a eficiência do aparelho, o que diminui a potência necessária para ter a sensação térmica desejada.

O motorista que optar pelo ar-condicionado por maior conforto térmico deve ter os mesmos cuidados de manutenção do que quem tem aparelho de climatização em casa. Fazer limpeza mensal do filtro, no máximo trimestral, e retificar em caso de mau funcionamento.

O dono do carro também deve se atentar a carga de gás do aparelho de ar-condicionado e verificar, de tempos em tempos, se não há sujeira ou obstrução no condensador e no evaporador do equipamento.

Usar insulfilm dentro do limite legal ou evitar deixar o carro no sol também pode diminuir o gasto de combustível com ar-condicionado. Bernadello ressalva, entretanto, que a economia não é o suficiente para compensar o alto consumo do equipamento.

Fonte: Folhapress