Martim em "Velho Chico" (Foto: Felipe Monteiro/ Gshow/Divulgação)
Martim em “Velho Chico” (Foto: Felipe Monteiro/ Gshow/Divulgação)

“Velho Chico” vai ganhar ares de filme de terror em breve. Martim (Lee Taylor) acha o túmulo dos avós maternos, Aracaçu (Carlos Betão) e Zilu (Veronica Cavalcanti ), e mexe nos corpos para fazer uma cova mais digna. A partir daí, o jovem começa a ouvir sussurros, choros e gritos como numa casa mal-assombrada. Martim decide, então, procurar Padre Benício (Carlos Vereza) para ir lá benzer a fazenda. “São eles, padre. Zilu e Aracaçu, pais de minha mãe. Pelo que assuntei, essas pobres almas não tiveram um só dia de descanso desde a morte de minha mãe! Ela, coitada, esperando a filha que nunca mais vai voltar. E ele culpado por tê-la mandado embora daqui”, fala Martim.

Quando o religioso chega ao local, ele ouve Zilu chorando a morte de Leonor e Aracaçu brigando com a mulher para ela engolir o choro. “Cadê ela? Cadê minha minina?”, fala a alma de Zilu. “Vê se engole esse choro, mulhé!”, grita Aracaçu. “Quero minha Leonô. Quero minha minina de volta! Cadê ela que num vem? Ocê levô ela daqui oi ocê quem entregô minha fia pr’os braço da morte! Foi ocê!”, continua a voz da mulher, para desespero de Padre Benício, que se arrepia.

Uma rajada forte de banto bate uma porta da casa e o religioso se assusta. “Misericórdia! Eu ouvi vozes lá dentro. Vozes e uma dor muito grande. Era tanta angústia”, diz Benício. Ele reúne umas beatas e joga água benta por todo o local. Depois, ele vai para o local onde os corpos dos dois foram enterrados e reza uma missa. “Estamos aqui presente para rezar em nome da memória de Maria Zilu Carvalho e Aracaçu dos Santos Rocha. Reza para trazer paz e sossego para estas pobres almas, que há tanto padecem neste vale de lágrimas e sofrimento”, diz o sacerdote.

Martim pede ao padre que ele não conte a ninguém que ele está por perto. “Nem cheguei a conhecer eles, padre. Ainda que tivessem vivido mais, eu nunca os teria conhecido! Afinal, essa gente não era digna do convívio dos de Sá Ribeiro. Eu pouco soube deles, e de minha mãe também. Naquela fazenda não se tocava no assunto. Falar de Leonor era pecado! Quanto mais falar da história desses desvalidos. Admitir que um de Sá Ribeiro se misturou com gente tão simples era um sacrilégio”, fala ele. O religioso fala sobre a agonia de Encarnação (Selma Egrei), mas Martim mantém sua posição. Benício vai à fazenda disposto a contar a verdade para a família, mas desiste e não fala nada.

Fonte: Extra