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Martim (Lee Taylor) vai aparecer pela primeira vez em “Velho Chico” no dia 3 de maio. Ele reaparece procurando a família da mãe, Leonor (Marina Nery), nas terras onde ela morava. Enquanto ele procura por suas origens, Encarnação (Selma Egrei) sonha com o neto. “Meu Martim… Depois desses ano tudo longe, foi a primêra vez que ele me apareceu em sonho! Ele tava diferente… Menos moço que da última vez. Barba crescida. Mas tava com umas tristeza profunda nos zói…”, conta ela a Doninha (Suely Bispo). A doméstica pergunta como foi o sonho. Encarnação fecha os olhos, embarcando nessa memória: “(Alegre) Sonho bonito de se tê… Ele tava numa praça… O lugar eu num sei direito, mas parecia uma cidade de antigamente. Terra batida, casinhas de gente humilde. Ele tava procurando o caminho de casa…”.

Depois, a matriarca conta a Iolanda (Christiane Torloni) que o neto está voltando. “Martim apareceu para mim… Em sonho… Veio avisar que estava a caminho de casa! Ele tá mais perto do que você imagina!… E quando Martim passar por essa porta outra vez todas as máscaras irão cair! Inclusive a sua!”, fala ela. O fotógrafo vai a um cartório achar registros dos seus avós maternos, Aracaçu e Zilu. E consegue o que tanto queria. Ao longe se avista o sítio de Aracaçu, morada de Leonor até Afrânio aparecer por aquelas bandas há quase cinquenta anos atrás. O tempo passou por ali levando o pouco que tinham e deixando as rudes marcas do abandono. Seus olhos correm ao redor, em busca de algum sinal de vida. “Tem alguém ai?…”, ele grita. Sua voz ecoa ao longe sem resposta. Ele entra na propriedade, pisando com certa cautela.

“Ô de casa… Alguém tá em casa?… Tem alguém aí?…”, pergunta. Cansado, ele começa a ajeitar o que encontra por ali para improvisar uma cama. Forra o chão com sacas, uma pele de bode e o que mais houver. Faz da mochila travesseiro e se deita no chão mesmo, exausto depois da longa e extenuante jornada. “Você correu o mundo inteiro pra isso… Pra acabar logo aqui… Onde tudo começou…”, diz ele, desolado. Martim vai até o quarto que era de Leonor. Sem cama, sem retratos ou quadros na parede. “Até isso o senhor tirou de mim, coronel… Até o meu passado o senhor me roubou!”, fala ela, que fecha os olhos buscando sentir a presença da mãe. Perturbado, ele acha um gato e começa a conversar com ele. “Também nem sei mais quem sou eu. Nem o que diabo vim fazer aqui… Meu passado é essa casa em ruínas… Meu passado é dividido em duas partes: a que não conheço e a que quero esquecer! Homem é bicho que sofre de saudades… Principalmente das coisas que não viveu e queria tanto ter vivido. Foi atrás disso que eu vim… Vim com a esperança de descobrir quem eu era… E, mais uma vez, não me encontrei…”, fala ele, perturbado.

Fonte: Extra