O governador Wellington Dias (PT) concedeu entrevista na noite desta quinta-feira, 15 de outubro, ao jornalista Juca Kfouri na TVT, na ocasião, o líder estadual detalhou o projeto de levar o Piauí para o patamar de muito alto desenvolvimento até 2022, revelando que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí saiu de 0,4 (a nível de Serra Leoa) em 2003 para 0,7 nos dias atuais, o que já coloca no patamar do Egito. Nisto, ele fez ainda um retrospecto do plano de desenvolvimento da infraestrutura, com a interligação de todos os municípios por rodovias, projeto que será complementado em breve, com a obra em Morro Cabeça do Tempo, consolidando ainda que proporcionalmente o Piauí é o Estado do Brasil com mais municípios com ensino superior, pretendendo universalizar o acesso até o ano que vem, uma perspectiva ousada, mas possível.

 

No que se refere a crise do novo coronavírus, o governador adiantou que na próxima terça-feira, 21 de outubro, os governadores terão uma agenda com o ministro Eduardo Pazuello para tratar sobre um plano para a vacinação, como a aquisição, possível produção nacional, tal como a distribuição. “Estamos acertando para a próxima terça-feira às 15 horas uma agenda com os governadores do Brasil, eu que pedi, e também vai receber os secretários de saúde, porque o Brasil vai comprar as vacinas? Vai. Vai comprar de quem? Porque a gente tem aí, e as seringas, a distribuição, vai ter produção no Brasil, quais laboratórios? Ele me disse que está prevista a compra de 100  milhões de unidades de Oxford no Reino Unido, a coronavac chinesa mais 40 milhões e que está em entendimento com o Governo de São Paulo com o Istituto Butantan para a compra do que faltasse, mas imagina a aplicação como vai acontecer? A ordem, se vai ter agendamento, enfim, de maneira que não tenha aglomeração, tumulto, qual o plano para a retomada de atividades que não voltaram, é um prejuízo muito grande”, disse.

Sobre sua trajetória política, Dias detalhou o aprendizado com as derrotas e vitórias. “Eu também já aprendi, a gente aprende mais quando perde e aumenta a responsabilidade quando ganha, no meu caso tem algo realmente de maior responsabilidade, eu sou o único brasileiro que foi eleito governador no primeiro turno, ou seja, a população do Piauí sou muito grato da forma carinhosa que me recebeu a população do Piauí, agradeço a Deus. Ainda muito jovem eu era muito curioso, e ficava indo na casa de um amigo, na casa de outro, e assim fui conhecendo o Piauí, depois como sindicalista fui da Associação do Pessoal da Caixa, dos Bancários, fui da organização da Central Única, o fato é que compreendi que aquilo que diziam do Piauí, o patinho feio do Brasil, o lugar que não tem jeito, mais pobre do Brasil, ele não combinava com o potencial que o Estado tinha e a justificativa que as pessoas que dominavam, lideravam o Estado na época tinham, ‘ah, o problema é a seca!’, como se fosse um problema de Deus, e aí logo a frente passei a defender a tese que o Piauí tinha sim condições de ser um lugar desenvolvido, quando eu assumi a primeira vez ali em 2003 eu fiz um estudo e naquele tempo o Piauí era comparado com a Serra Leoa, esse país ainda hoje muito pobre, tinha um índice de desenvolvimento humano 0,4, e ali o Piauí tinha também um IDH 0,4 significa muito baixo o desenvolvimento do ponto de vista do ser humano, baixa escolaridade, tinha baixa renda, baixa qualidade de vida, essa era a realidade”, disse.

 

Vacina da Covid

 

“É claro que eu não perco a confiança, mas confesso que tenho momentos em que eu converso com os diversos líderes e eu digo será que tá todo mundo anestesiado, estamos olhando para o abismo na frente e seguimos a mesma trilha, o diálogo é um dos problemas. Agora se você observar, durante a própria pandemia o Congresso que passou a sediar esse diálogo e aqui a gente tem que encontrar um caminho, Congresso, Confederação, prefeitos, entidades, precisa encontrar um caminho porque querendo ou não a vida continua e no Brasil continua com muito risco, há um fato que tem uma estratégia de colocar factóides.

Quem vai tratar da pauta do brasileiro, estamos comemorando uma estabilização de quase 600/700 óbitos por dia, isso é altíssimo, a questão da vacina que eu falei se você imaginar hoje conversei com o ministro Pazuello me atendeu bem que estamos acertando para a próxima terça-feira às 15 horas uma agenda com os governadores do Brasil, eu que pedi, e também vai receber os secretários de saúde, porque o Brasil vai comprar as vacinas? Vai. Vai comprar de quem? Porque a gente tem aí, e as seringas, a distribuição, vai ter produção no Brasil, quais laboratórios? Ele me disse que está prevista a compra de 100  milhões de unidades de Oxford no Reino Unido, a coronavac chinesa mais 40 milhões e que está em entendimento com o Governo de São Paulo com o Istituto Butantan para a compra do que faltasse, mas imagina a aplicação como vai acontecer? A ordem, se vai ter agendamento, enfim, de maneira que não tenha aglomeração, tumulto, qual o plano para a retomada de atividades que não voltaram, é um prejuízo muito grande”, disse.

 

Projeto de desenvolvimento

 

“Aí fizemos um plano com horizonte de 20 anos, eu dizia que independente de quem seja governador até 2022, ali era 2003, é possível chegar em 2022 com alto desenvolvimento, e de lá para cá e eu não posso negar essa integração do nosso mandato com o presidente que também tinha um plano semelhante para o país, o presidente Lula, tinha um olhar para todo o Brasil sobre educação, saúde, emprego, saímos de 400 mil pessoas com ensino médio para 1,2/1,3 milhão; saímos de 66 municípios com rodovias asfaltadas, hoje eu autorizei aqui perante o prefeito Batista, que é o prefeito de Morro Cabeça do Tempo, será o último município a ser integrado por asfalto, Guaribas está para inaugurar no final do ano e outros municípios com obras a serem inauguradas, para se ter uma ideia, saímos de 1500 km e rodovias asfaltadas para 6,3 mil km de rodovias asfaltadas. O desenvolvimento humano que era 0,4 igual o de Serra Leoa, agora é de 0,7 igual ao do Egito por exemplo; já estamos inclusive ultrapassando o Egito para se ter uma ideia, ou seja, um dos primeiros países a serem desenvolvidos no planeta lá atrás, era o mais desenvolvido, é claro que hoje tem mais, e Serra Leoa tem 0,5, é claro que eu quero que o povo de Serra Leoa chegue a 0,7/0,8, nós passamos de muito baixo desenvolvimento nessa classificação da ONU para alto desenvolvimento”, afirmou.

 

Educação

“Então isso é uma longa história, um longo trabalho que a gente planejou o que tínhamos que fazer para melhorar a educação, desde a alfabetização de adultos, todos os municípios terem creche, ensino fundamental, médio, o Piauí é o Estado brasileiro que mais tem municípios com educação superior, em 162 municípios é possível estudar ali naquele município, eu citei ali Guaribas, essa cidade do Fome Zero, fui lá visitar e fui convidado pela primeira turma do bacharelado de administração na cidade de Guaribas, então são 162 municípios, estou abrindo agora o vestibular, e a ideia é chegar em 2021 com todos os municípios com vestibular, e ensino superior”, afirmou.

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Desafios na crise do coronavírus 

 

“Não só no Piauí, no Nordeste, mas no Brasil inteiro uma situação, só para lhe adiantar uma coisa, estamos querendo evitar agora com a vacina, a ausência de um plano estratégico nacional coloca o Brasil numa situação que basta comparar qual o tamanho da população do Brasil em comparação ao mundo, 3% da população e já se aproxima de 15% dos óbitos por coronavírus, isso mostra que alguma coisa aconteceu de errado, e ela é muito grave, você fica olhando e perde a sensibilidade, parece que são só números, saiu de 145 mil para 148 mil óbitos, é como se a gente fosse perdendo a sensibilidade, de repente 150 mil pessoas, fico imaginando 150 mil caixões enfileirados, isso mexe muito comigo, digo de verdade que temos duas coisas, uma: vivemos uma situação de graves prejuízos à vida, ao ser humano, aqui no Nordeste logo de início percebemos isso e criamos um Comitê Científico e a partir daí seguindo para trabalhar e evitar um estrago maior, é preciso que se diga, saíram do Nordeste coisas importantes, como o Busca Ativa que é um programa extraordinário, a telemedicina através do Monitora Covid, somos graves ao Doutor Nicolelis, cerca de 3,6 mil cientistas, e ele vai continuar esse Comitê, não vai ser só para a Covid, vai servir como uma base científica para outros estudos no Nordeste, agora paralelo a isso o presidente encaminhou uma proposta ao Congresso Nacional de R$ 200 para o auxílio emergencial, ali o Congresso aprovou R$ 600 e aqui começo a chamar atenção, são 50 milhões de pessoas que recebem esse valor e que isso ajudou que pudéssemos conter uma convulsão social, agora ainda não terminou a pandemia, não tem emprego, pelo contrário, e aí foi cortado 50% e em janeiro 80% dessas pessoas vão ficar sem renda e eu lhe garanto, vamos ter uma situação muito grave, passaram a ter renda e agora nem renda nem perspectiva de emprego, se tivesse o desemprego na proporção que fosse esperada o Brasil teria que pagar o seguro desemprego, mas o que se fez ali? Se vai pagar o desemprego, porque não se usa esse dinheiro e evita o desemprego, com base nisso se segurou bastante, isso também acabou e eu acho que tem uma tendência grande de desemprego, ali uma outra coluna que foi garantir que Estados e municípios sabendo que teria uma queda nas receitas, o Governo passou a dar uma complementação para que os serviços pudessem funcionar, isso também acabou agora, então ao mesmo tempo ainda na pandemia, vamos viver um momento novo que começa agora em outubro e eu tenho chamado a atenção no Fórum dos Governadores, tenho dialogado com os presidentes da Câmara, do Senado, com os líderes, com representação dos trabalhadores, porque eu olho para frente e se não tiver uma saída, era previsto que tivesse um plano de retomada da economia, onde esse apoio financeiro pudesse ser substituído pelo emprego. Há a necessidade de ter uma alternativa segura e não tem jeito, é o Poder Público que tem que dar o primeiro passo”, sinalizou.

Fonte: Meio Norte