Wellington Dias: “Defender a volta abrupta, leva ao genocídio”
O governador do Piauí, Wellington Dias, concedeu entrevista virtual ao Jornal da Costa Norte, nesta segunda-feira(20), onde falou das ações adotadas pelo estado no enfrentamento da COVID-19. Dias iniciou a entrevista lamentando a polarização entre saúde e economia, que motivou manifestações como as que aconteceram no último domingo(19), em várias cidades do País e no Distrito Federal, que contou inclusive com a presença do Presidente Jair Bolsonaro, “Mas triste ainda, é ver o presidente de meu país, independente de ser governo, ou de ser oposição, desobedecendo a própria regra que o governo federal fez, desobedecendo regra da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, conclamando pela desobediência que aliás foi seguida em vários lugares. Sem os cuidados necessários. E o pior de tudo, trazendo a lembrança macabra do que esse país viveu no período da ditadura militar“, em alusão aos pedidos dos manifestantes que expressaram com palavras de ordem e faixas, o retorno do AI-5.
Wellington Dias, declarou que embasa sua defesa pelo isolamento social e ações adotadas no Piauí diante das medidas articuladas entre estados e municípios do nordeste que estão baseados no conhecimento científico do Comitê composto de 800 cientistas, 16 país e a OMS. Segundo o governador os últimos dados aferidos já nesta segunda-feira(20), revelam que o estado continua com 60,5% de isolamento social.
Wellington voltou a pregar união, com o prefeito de Parnaíba, Mão Santa, que mantém críticas ferrenhas ao governo. “Eu quero trabalhar junto com o prefeito Mão Santa, independente de partido, quem é governo, quem é simpatizante de A ou de B. Agora, não tem partido. Agora, não tem disputa política. Ninguém nem sabe se vai ter eleição ou quando via ser. Agora é cuidar da vida. É essa a decisão. É o que nos une, que nos aproxima.”, citando ainda como exemplo a relação com o prefeito de Teresina, Firmino Filho.
Além do isolamento social, Wellington destacou sobre o Plano de Enfrentamento, a aquisição de mais exames; o aumento da capacidade instalada de leitos ; a compra de EPIS para profissionais de saúde; a aquisição de novos respiradores; e o fortalecimento das barreiras sanitárias do estado.
“Pelo tempo em que tivemos o primeiro caso e pelo que aconteceu em outros país, de 15 de abril a 15 de maio é que devemos ter um aumento muito forte”, diz o governador, referindo-se a chamada curva de infecções da COVID-19, no Piauí.
Ele anunciou que nesta terça-feira (21), dará início ao Grupo de Trabalho, que reúne municípios, governo federal no Piauí e empresários de vários setores, para tratar da retomada gradual das atividades no estado. “No Piauí nós só temos dois lados, é o lado da vida e o lado do genocídio. Defender a volta abrupta , leva ao genocídio”, disse Dias, sem se comprometer com data certa para o fim do isolamento social.
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