Quando Mano Menezes divulgou a numeração da Seleção Brasileira para a Copa América, Alexandre Pato ganhou a camisa nove. Nesta quarta-feira, depois de duas partidas irregulares, contra Venezuela e Paraguai, Pato marcou dois gols típicos de quem é responsáveol pelo acabamento no futebol na vitória por 4 a 2 diante do Equador, no Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba.

E, como se respondesse a quem vê no jogador uma postura fria em campo, vibrou em cada um deles como se tivesse ganhado um titulo. Especialmente no primeiro, quando cerrou os punhos, abriu os braços e correu em direção à torcida brasileira gritando muito.

Parou e continuou com a postura séria, quase de raiva, como um desabafo. Expressões opostas ao sorrisinho, corrida lenta e desenho de coração no ar que fazia nos tempos de namoro com a atriz Sthefany Brito.

"Estava com raiva mesmo, mas tranquilo. O professor falava que o gol ia sair, eu treinava muito e deu tudo certo", admitiu o jogador. "Tenho minha autocrítica, mas deitava para dormir e pensava em ficar tranquilo porque tudo daria certo", complementou.

Para chegar ao momento de explosão, Alexandre Pato se antecipou ao zagueiro equatoriano, após cruzamento certeiro de André Santos, e cabeceou firme, sem chances para o goleiro Elizaga. Assim como fazem os camisas nove com presença de área marcante e decisiva.

Na parte final, precisou mais de garra do que de técnica para marcar o segundo na partida. Neymar chutou cruzado e a bola ficou à deriva, com Robinho, Pato e dois zagueiros equatorianos sedentos por ela. O camisa nove chegou primeiro, de carrinho, e empurrou para as redes.

Logo após o lance, deu um carrinho para roubar a bola e arrancou aplausos. Deixou o campo para a entrada de Fred, camisa nove nato que já começava a botar pressão pela titularidade. Foi aplaudido pelo companheiro, como sinal de que cumpriu bem o papel de quem não é especialista na posição. No Milan, ele joga aberto pelo franco direito.

Ao final do jogo, Pato foi anunciado o melhor da partida e ganhou mais confiança para reencontrar o Paraguai, seleção que impôs mais dificuldades ao atacante. Contra uma defesa melhor que a equatoriana em um duelo eliminatório, o jogador terá mais um teste na caminhada para virar um genuíno camisa nove.

Fonte: Meio Norte