O governo exonerou nesta quarta-feira mais três servidores do setor de Transportes. Afilhado do deputado e secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP), Eduardo Lopes deixou o ministério, além de Cleilson Queiroz e Pedro Ivan Guimarães Rogedo que saíram da Valec (estatal de ferrovias).
Ao todo, já somam 15 as demissões por causa das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina envolvendo o ministério, a Valec e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Ontem, foram seis exonerados, sendo cinco ligados ao PR e um ao PT.
Hoje, as exonerações de Lopes e Rogedo são registradas no "Diário Oficial" da União como "a pedido", expressão utilizada para informar que estão saindo por iniciativa própria e não que foram demitidos.
Segundo o ministério, as demissões fazem parte do processo de reestruturação do setor, que enfrenta uma crise por conta das denúncias de corrupção há 18 dias.
As acusações que provocaram a renúncia de Alfredo Nascimento vieram à tona no dia 2 de julho, quando a revista "Veja" revelou um suposto esquema de cobrança de propinas em obras federais da pasta.
O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves, também foram citados.
Segundo a revista, o esquema seria coordenado por Valdemar, e renderia ao partido até 5% do valor dos contratos firmados pela pasta e sob a gestão do Dnit e da Valec.
Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff determinou o afastamento dos dois assessores e dos dois diretores citados na reportagem. Neves já deixou o cargo, e Pagot está em férias e deve ser demitido.
Nascimento caiu no dia 6, quando reportagem do jornal "O Globo" revelou que o patrimônio do filho do ministro, Gustavo Morais Pereira, cresceu 86.500% em dois anos.
Ao pedir demissão, ele afirmou que encaminharia à PGR (Procuradoria-Geral da República) pedido de abertura de investigação e que autorizaria a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.
Paulo Sérgio Passos, até então secretário-executivo da pasta, assumiu o posto.