A pesca de arrasto é proibida dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba e esta prática precisa ser substituída; pois é bastante predatório. Diante disso, o ICMbio reuniu gestores da região, na manhã desta sexta-feira (20/01) na Estação de Aquicultura da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) pra tratar de soluções frente ao impacto resultado da proibição em favor da vida marinha.

“Temos no território da APA dez municípios e pela aprovação do plano de manejo que ocorreu na proibição muito intensa em todos esses municípios nos três Estados Piauí, Ceará e Maranhão. Nós tivemos uma das regras que foi aprovada, a proibição de alguns petrechos de pesca consideradas extremamente predatórias. Ocorre que nesta região principalmente do lado maranhense, nós temos cerca de três mil pescadores que sobrevivem desta atividade utilizando esse tipo de rede”, esclareceu Fernando Gomes, chefe substituto da APA Delta do Parnaíba.

Uma das cidades muito afetadas com mudança é Tutóia do Estado do Maranhão, que possui 40% da população ligada diretamente à atividade pesqueira, que inclui a pesca de arrasto. Realidade que preocupa o prefeito Raimundo Nonato Abraão Baquil, o Diringia.

“É um sofrimento do nosso pescador artesanal, ele se adaptou a este tipo de pesca; mas eles sabem são conscientes que a pesca predatória acaba com todas as gerações [do pescado] e é exatamente por isso que estamos em busca de outras armadilhas que possam substituir estas. estou disposto a ajudar na substituição para que a gente possa continuar na luta junto com pescador”, assegurou Diringa, prefeito de Tutóia.

Instituições se reuniram através de seus representantes para melhor discutir alternativas econômicas para os pescadores artesanais, visando o incremento de tecnologias socioambientais para produção de alimentos saudáveis, trabalho e geração de renda para os pescadores artesanais.

“Estamos apontando algumas saídas a exemplo desta tecnologia que a gente tem utilizado para a agricultura familiar, que é do quintal agroecológico, que é cultivo de peixe associado à agricultura com roçada, pomares, criações de pequenos animais, que possam estar acessíveis à família dos pescadores e paralelo a isso que a gente possa encontrar tecnologias que possam diminuir o impacto de captura dos indivíduos prontos para comercialização”, aprestou o phd Josenildo Souza e Silva, pró-reitor de Extensão da UFDPar.

A necessidade de tecnificação na pesca, bem como o beneficiamento do pescado, renovação da frota artesanal por equipamentos mais leves e mais rentáveis, melhores artefatos de pesca são desafios que devem chegar ao conhecimento da população que deve se adaptar. Diante desta necessidade de mudanças que desestimulem a pesca por arrasto, se fazem importantes investimentos em aquicultura como alternativas para as comunidades pesqueiras.