Minha homenagem ao 15 de outubro, Dia do Professor:


      O tempo para cada professor varia conforme sua necessidade ou desejo. Costuma ser corrida, disputada, difícil e suada. Deparamos-nos todos os anos com inúmeras turmas e escolas, de modo que, a memória com o tempo sempre acabe “pregando peças”, fazendo com que nomes e até rostos sejam esquecidos. Porém há algo que quero dividir com vocês, caros leitores pop – culturais. É algo que aprendi no decorrer da vida, mas principalmente em meus poucos (mas fundamentais) anos como professor.

       O primeiro beijo é algo que nunca esquecemos. Aquela sensação de formigamento, que percorre o corpo e vai esquentando o sangue, desligando todos os sentidos e por fim, alcançando a alma e o coração.

        A primeira aula em cada turma é assim, nos passa essa emoção.

    Se eu fosse resumir em poucas palavras, as sensações que um professor sente ao ministrar uma aula, diria que os segundos que antecedem a entrada em cada turma, todos os dias, são de uma ansiedade benéfica, diria eu preciosa, uma sensação sem igual… Não há medida racional, por assim dizer, que explique tamanho prazer, e olha que isso vale até para as turmas mais complicadas.

            Ao ter início o contato com os alunos, através de um bom dia, boa tarde ou boa noite, entramos num mundo complexo e de enormes ramificações; o que os alunos sentem naquele instante, acaba por se misturar com o que o professor carrega dentro de si. Como numa simbiose, uma união onde os dois lados trabalham intensamente, compartilhando conteúdos, lições de vida e sentimentos. O que ensinamos e o que recebemos do contato com nossos alunos são ações que nos atingem, às vezes de forma alegre, outras de forma decepcionante, porém nunca de forma passiva. São fatos que, muitas vezes, alteram nossa percepção de como enxergar a vida, e nos empurram para milhões de outras experiências, e que para sempre guardaremos na memória. E sempre ao término de cada aula, nos despedimos, desejando que nossos alunos tenham aprendido o tanto que aprendemos com eles, a cada mês, a cada ano, a cada década.

           Para encerrar, é preciso dizer, ou melhor, é preciso confessar que embora esses mesmos nomes e rostos sejam esquecidos com o tempo, em contrapartida, tenho certeza que sempre lembraremos dos sorrisos e brincadeiras, pois no fim, apesar de todo estudo e trabalho que tanto a vida nos exige, são aqueles breves, mas preciosos momentos de descontração, que fazem a gente deitar na cama à noite, e mesmo exaustos, dizermos:

           – Vale a pena!

P.s: De um professor que aprende, e que se surpreende, a cada instante…

                                                                                 Claucio Ciarlini Neto