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O Comando Local de Greve e a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi) promovem nesta quinta-feira (6) uma assembleia geral permanente com o objetivo de avaliar a greve da categoria e definir estratégias para o PL 4368/2012 de autoria do Poder Executivo que dispõe sobre a estruturação do plano de carreira e cargos do magistério federal.

A assembleia acontecerá às 16h, no Auditório da Adufpi e também nos demais campi da universidade.

Balanço

A categoria rejeitou no dia 1º de agosto a proposta do governo de reajuste salarial de 25% a 40%, em três parcelas, até 2015. De acordo com os sindicatos, o aumento não repõe as perdas salariais com a inflação nos próximos três anos. Além disso, como não existe data-base para os servidores federais, caso a inflação do período seja maior, os sindicatos temem não poder negociar até 2016. Dentre as principais reivindicações está a reformulação do plano de carreira – tornando mais fácil a progressão – e garantindo melhores condições de trabalho.

A presidente do Andes-SN, Marinalva de Oliveira, protocolou, nos dias 23 e 24 de agosto, na Presidência da República e nos Ministérios do Planejamento e da Educação, uma contraproposta dos professores. O governo, no entanto, reafirmou ter encerrado as negociações com a categoria em 27 de agosto. O sindicato tenta agora uma parceria com senadores e deputados para convencer o Executivo a retomar o diálogo com os docentes.

O Comando Nacional de Greve participou ontem (4) de uma segunda audiência pública na Comissão de Educação do Senado Federal para discutir o movimento grevista dos professores federais. Até agora, oito universidades que participaram da greve retornaram às atividades: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA) e Universidade Federal da Santa Catarina (UFSC).

Maior greve da história

A maior greve tinha ocorrido em 2001 com 110 dias de paralisação e a última greve da categoria aconteceu em 2005 com duração de 106 dias. Hoje (5) a greve nacional completa 112 dias, tornando-se a mais longa da história do país. Durante todo este tempo o governo federal apresentou duas propostas que não contemplavam os dois pontos de reivindicação dos docentes, com relação à reestruturação da carreira docente e melhoria nas condições de trabalho, e optou por assinar um acordo com uma entidade com pouca representatividade, o Proifes.

Na avaliação do Comando Local, em nenhum outro momento os professores estiveram tão mobilizados quanto nesta greve, o que demonstra “o grau de insatisfação da categoria com as políticas do governo federal para as universidades e a disposição da categoria em lutar por seus direitos”.

Fonte: Ascom