black-friday-1A Black Friday, que este ano ocorre em 23 de novembro, inaugura a temporada de vendas de Natal. O dia de descontos do varejo ocorre no Brasil desde 2010, mas a percepção das pessoas com relação à campanha foi mudando ao longo do tempo.

Um levantamento realizado pelo site Reclame Aqui aponta que apenas 2,8% dos entrevistados acham a Black Friday muito confiável. O site ouviu 2.900 pessoas durante a segunda quinzena de outubro, que também mostra que o nível de desconfiança do consumidor em relação à campanha é alto: para 51%, é pouco ou nada confiável. Além disso, 30,34% dos entrevistados não consideram os descontos da Black Friday atrativos.

A campanha já se tornou um verdadeiro evento no comércio brasileiro e foi inspirada na data criada pelos americanos. Mesmo com o nível de desconfiança apresentado pela pesquisa, a campanha ainda gera expectativa e tem gente que chega até a se programar para fazer compras durante o período.

É o caso da estudante Juliana Gomes. Ela diz que se planejou para a data e pretende fazer a compra à vista. “Há mais ou menos um mês, eu venho pesquisando os preços e estou esperando a Black Friday pra poder aproveitar uma promoção legal. Eu acho que você se programando durante o ano e vendo aquilo que mais necessita e não é muito barato, [é interessante] esperar pela Black Friday que costuma dar certo”, conta.

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De olho nos anúncios

De acordo com o advogado Alex Noronha, grande parte das reclamações dos consumidores por descumprimento das leis durante a Black Friday estão relacionadas a “anúncios que não correspondem à realidade”.

Alex Noronha orienta consumidores a estarem atentos (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)
Alex Noronha orienta consumidores a estarem atentos (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

Nesses casos, as empresas lançam mão de publicidade enganosa em relação a vantagens na aquisição do produto, quando, na realidade, não há diferença de outros períodos. A publicidade enganosa é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor e, segundo Noronha, pode inclusive configurar, em alguns casos, uma infração na esfera criminal.

A dica do jurista é guardar os anúncios dos produtos adquiridos para que se possa fazer o comparativo ao receber o produto e “saber se aqueles anúncios foram cumpridos tanto na qualidade do produto como também se aquele anúncio corresponde a alguma vantagem econômica como foi anunciado”. Segundo Alex, entre 80% e 90% das consultas para tirar dúvidas no escritório onde atende são relacionadas a anúncios enganosos.

Uma reclamação frequente é a “maquiagem do desconto”, quando a loja eleva o preço algum tempo antes da Black Friday e depois baixa para o patamar anterior. Isto quer dizer que não há um desconto de fato. Alex orienta que o consumidor monitore os produtos que pretende adquirir e salienta que essa prática também pode ser considerada abusiva.

Fonte: Portal O Dia