Um tempo para amadurecer. É o resumo do período em que Sarah Menezes passou em Teresina, sua terra natal, após não ter sido convocada para os Jogos Pan-Americanos de Toronto. Do Piauí, a judoca acompanhou a seleção brasileira em ação no Canadá, que terminou com medalha em 13 das 14 categorias, e viu sua substituta, a paulista Nathália Brígida, levar o bronze na categoria até 48kg. Depois de desbancar a campeã olímpica em Londres 2012 no Pan, Nathália afirmou que não pretende largar fácil a titularidade no time verde-amarelo. E foi além. Batalha por uma classificação para as Olimpíadas no Rio. Sem polemizar a briga no peso-ligeiro, Sarah analisou a disputa como saudável e disse não sentir ameaça da companheira para ir a 2016. O pensamento da piauiense é único: competir bem o Mundial da modalidade, em Astana, no Cazaquistão, para voltar a comemorar um pódio.
– Não estou nem um pouco chateada ou irritada por ficar fora do Pan. Pelo contrário, fico muito feliz de ter ficado na torcida. É uma situação onde o atleta tem que saber lidar, quando está dentro ou fora da competição. Treinei esse tempo em Teresina, mas ao mesmo tempo também estava com o grupo lá em Toronto, ficando na torcida. Tenho certeza que a seleção foi bem representada no Pan – avaliou a campeã olímpica. Número cinco do mundo na última atualização do ranking da FIJ, a Federação Internacional de Judô, Sarah tem uma vantagem considerável se comparada à pontuação de Nathália. A paulista ocupa a 27º posição, com 676 pontos. A campeã olímpica caiu de terceiro para quinto, somando 1.526 pontos. Nessa diferença reside a confiança de Sarah. Há um detalhe, porém. As duas estão convocadas para o Mundial de Astana, competição que distribui gordos pontos. O ano tem sido mais favorável a paulista, que soma quatro medalhas em etapas do circuito internacional, enquanto Sarah teve o ouro no Pan-Americano de judô, torneio continental específico da modalidade.
Vejo essa disputa na categoria de forma tranquila. Ela (Nathália Brígida) tem que sempre pensar positivo mesmo. Um atleta que não pensa positivo não tem como crescer, então ela está no caminho certo. Que continue pensando assim. Ela (Nathália Brígida) não ameaça. A distância por ranking (critério de convocação às Olimpíadas) é muito grande, não tem essa possibilidade – comentou Sarah.
Serena, a piauiense aproveitou o tempo em que não esteve com a seleção priorizando os treinamentos físicos e os exercícios de tatame com o técnico em Teresina, Expedito Falcão. Mais do que os treinos, uma reciclagem no pensamento às vésperas do mundial.
– Aprendi a manter mais tranquilidade, concentração e foco. Além disso, adaptando novos movimentos e golpes para surpreender no Mundial. Com certeza, uma Sarah mais tranquila. Venho trabalhando a parte psicológica e nos tatames colocando em prática os treinamentos para que isso possa se desenvolver no combate. Procurei focar apenas nos meus treinos, centrada e imaginando os treinamentos. Estou sentindo muita confiança em conseguir fazer naquele momento o resultado – ressaltou.
Fonte: Globo Esporte Piauí