SEMANÁRIO JURÍDICO 27.05.2022

JOSINO RIBEIRO NETO.

CENTENÁRIO DO JURISTA CELSO BARROS COELHO.

 

Na sexta-feira, dia 21 do mês em curso, no prédio da OAB/PI foi prestada significativa homenagem ao advogado CELSO BARROS COELHO, extraordinário jurista longevo, pelo seu centenário de rica existência.

 

O evento constou de uma exposição da movimentada vida cultural do homenageado, com livros, inúmeros trabalhos escritos e publicados, fotos onde são registrados momentos especiais, na política a nível nacional, na presidência da Academia Piauiense de Letras, na presidência da OAB/PI.,   dentro eventos marcantes da vida do extraordinário jurista.

 

O evento na OAB/PI., foi  organizado pela professora FIDES ANGÉLICA, participante ativa  das realizações do homenageado, que recebeu do Professor MARCELINO BARROSO, Secretário da Academia Piauiense de Letras Jurídicas, apoiado muitos outros que participaram do evento, o reconhecimento da organização e do sucesso, mercê da reconhecida  competência da  organizadora.

 

Acerca do homenageado o jornalista Marco Antonio Vilarinho (Jornal O DIA, na coluna EmDia, edição de 11.05.2022, escreveu:

 

“Impossível conversar com o jurista Celso Barros e não sair da sua presença com a nítida impressão de ter mantido contato com um homem extraordinário, cujo conhecimento o torna referencia nacional. Ao completar 100 anos de seu nascimento, com a voz pausada e uma lucidez que desconserta o interlocutor, ele define com acentuada clareza o caminho para a longevidade, declamando os versos do poeta Olavo Bilac : “Envelheçamos como as árvores fortes envelhecem/Na gloria da alegria e da bondade/Agasalhando os pássaros nos ramos /Dando sombra e consolo aos que padecem.” E prossegue o articulista:

 

“Ressaltando ser o trabalho um dos pilares para viver muito e consciente de suas ações, Celso Barros faz mais uma observação: “Devemos gostar do nosso trabalho, senão se torna um peso enfadonho e nos rouba a vivacidade. Mas também é preciso que levemos uma vida tranquila, sem ódio, sem intrigas, procurando fazer o bem aos outros, fugindo ao egoísmo e adormecendo com a consciência limpa”, argumenta. Ainda trabalhando, citando petições, agora em sua residência, ele enfatiza que ter um hobby também ajuda a carregar os anos com mais disposição, revelando sua predileção pela Filosofia, embora também seja leitor contumaz de História e Literatura.”

 

CELSO BARROS COLEHO, traços biográficos colhidos na reportagem referenciada.

 

Nascido em 11 de maio de 1922, em Pastos Bons, no Maranhão, filho de Francisco Coelho de Sousa e de Alcina Barros Coelho, Celso Barros iniciou seus estudos no Seminário Menor de Teresina, em 1938, aos 16 anos, do qual foi seminarista até 1945. Dali teve início sólida formação, com domínio do latim, grego, francês, italiano, além de estudioso e profundo conhecedor da língua portuguesa e da literatura brasileira.

 

Após a conclusão dos seus estudos no Seminário,  com destacado preparo intelectual, recebeu convite da Igreja Católica para residir na Itália, mas, não obstante tratar-se de proposta do seus agrado, teve que renuncia-la, por ser arrimo de família e ter que cuidar dos irmãos mais jovens e dedicou-se ao magistério, passando a ministrar aulas de português, francês, latim e grego, no Colégio Diocesano, Colégio das Irmãs, Liceu Piauiense, Escola Normal Antonino Freire e Colégio Demóstenes Avelino.

 

Após aprovação em vestibular dedicou-se ao estudo do Direito, restando graduado pela Faculdade Federal de Direito do Piauí, em 1953, com 30 anos de idade e submeteu-se a diversos concursos públicos , dentre outros de Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Procurador Federal , mas terminou se dedicando ao magistério, após ser aprovado para lecionar Direito Civil na Universidade Federal do Piauí e na Universidade Nacional de Brasília (UNB).

 

Na advocacia notabilizou-se como advogado criminalista, de portentosa oratória e nas sessões do Tribunal do Júri, que participava, o ambiente era disputado por advogados, estudantes universitários e o povo em geral, que se encantavam com sua atuação.

 

Na política partidária elegeu-se Deputado Estadual, que teve seu mandato cassado pela Revolução de 1964. Depois foi eleito Deputado Federal, por dos mandatos,  mas decidiu seguir outros rumos de sua atividade intelectual, tendo presidido a OAB/PI. por 10 anos. Foi acolhido pela Academia Piauiense de Letras, que também a presidiu.

 

É escritor consagrado, sendo de sua autoria inúmeras obras jurídicas, filosóficas, e algumas de cunho político e social, enfim, trabalho intelectual de um extraordinário Mestre da cultura brasileira.

 

Morris West, num dos seus livros, denomina um dos seus personagens como sendo o “homem total”, isto é, aquele que tudo sabe e tudo faz com admirável competência. O Professor  CELSO BARROS COELHO, o Grande “MESTRE”, dotado de polimorfa cultura e de  virtudes admiráveis,  talentoso profissional da advocacia,   orador de profunda verve, na política destacou-se pela brilhante atuação como parlamentar, escreveu vários livros, dentre outros atributos, induvidosamente, se enquadra bem no personagem do autor referenciado.

 

Na solenidade promovida na OAB/PI., comemorativa ao centenário do Mestre CELSO BARROS, organizado pela Professora FIDES ANGÉLICA, como já informado, foram presentes integrantes da Academia Piauiense de Letras e da Academia de Letras Jurídicas.

 

Foto dos Integrantes da Academia Piauiense de Letras Jurídicas: da esquerda pra direita: Desembargador OTON MÁRIO JOSÉ LUSTOSA TORRES, Desembargador FRANCISCO METON MARQUES DE LIMA, Advogado JOSINO RIBEIRO NETO, Professora  e Presidente da APLJ, FIDES ANGÉLICA DE CASTRO VELOSO MENDES OMMATI e o Professor e Secretário da APLJ, MARCELINO LEAL BARROSO DE CARVALHO.