O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira que as vacinas de reforço contra a Covid-19 devem ser adiadas, pois a prioridade deve ser dada ao aumento das taxas de vacinação em países onde apenas 1% ou 2% da população foi imunizado.

 

Se as taxas de vacinação não forem aumentadas globalmente, variantes mais fortes do coronavírus podem se desenvolver. Por isso, vacinas destinadas para terceira dose devem ser doadas a países onde as pessoas não receberam sua primeira ou segunda dose, disse ele durante uma visita a Budapeste.

 

— Além disso, há um debate sobre se as injeções de reforço são realmente eficazes — disse Ghebreyesus em entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto.

 

Aqueles cujo sistema imunológico está comprometido devem receber uma dose de reforço, embora representem apenas uma pequena porcentagem da população, acrescentou.

 

A OMS disse na semana passada que os dados atuais não indicam que as vacinas de reforço contra a Covid-19 são necessárias e que as pessoas mais vulneráveis ​​em todo o mundo devem ser totalmente vacinadas antes que os países de alta renda implementem uma terceira dose.

 

Os Estados Unidos anunciaram na semana passada que planejam tornar as vacinas de reforço da Covid-19 amplamente disponíveis a partir de 20 de setembro, conforme as infecções aumentam por causa da variante Delta do coronavírus.

 

A Hungria já começou a distribuir amplamente as vacinas de reforço, com qualquer pessoa elegível quatro meses depois de receber sua segunda dose de uma vacina contra o coronavírus.

 

Terceira dose reduz risco de infecção, diz Israel

 

Uma terceira dose da vacina anti-Covid-19 da Pfizer melhorou significativamente a proteção contra infecções e doenças graves entre pessoas com 60 anos ou mais em comparação com aqueles que receberam duas injeções. As informações são do Ministério da Saúde de Israel, publicadas neste domingo.

 

Os dados foram apresentados em uma reunião de um painel de especialistas em vacinação do ministério na quinta-feira e carregados em seu site no domingo, embora os detalhes completos do estudo não tenham sido divulgados.

 

As descobertas estão no mesmo nível de estatísticas separadas relatadas na semana passada pelo provedor de saúde Maccabi, de Israel, uma das várias organizações que administram doses de reforço para tentar conter a variante Delta do coronavírus.

 

Dividindo as estatísticas do Instituto Gertner de Israel e do Instituto KI, funcionários do ministério disseram que entre as pessoas com 60 anos ou mais, a proteção contra a infecção fornecida 10 dias após a terceira dose era quatro vezes maior do que após duas doses.

 

Uma terceira dose para maiores de 60 anos ofereceu proteção cinco a seis vezes maior após 10 dias em relação a doenças graves e hospitalização. Essa faixa etária é particularmente vulnerável à Covid-19 e em Israel foi a primeira a ser inoculada quando a campanha de vacinação começou no final de dezembro.

 

Nas últimas semanas, o ministério da saúde disse que a imunidade diminuiu com o tempo para os idosos e também para os jovens. A maioria das pessoas vacinadas que ficaram gravemente doentes em Israel tinha mais de 60 anos e problemas de saúde subjacentes.

 

Israel começou a administrar terceiras doses para maiores de 60 anos em 30 de julho. Na quinta-feira, o país reduziu a idade de elegibilidade do reforço para 40 anos, e incluiu mulheres grávidas, professores e profissionais de saúde abaixo dessa idade. As doses de reforço são administradas apenas para aqueles que receberam a segunda injeção há pelo menos cinco meses

 

Lutando contra um surto da variante Delta desde junho, Israel tem atualmente uma das maiores taxas de infecção per capita do mundo. Quase 1,5 milhão de pessoas dos 9,3 milhões de habitantes do país receberam uma terceira injeção.