ILHA GRANDE DE SANTA ISABEL

Vicente de Paula Araújo Silva (Potência)

HISTÓRICO: Sabe-se que antes mesmo de 22 de abril de 1500, data oficial do descobrimento do Brasil, a região litorânea do Piauí na área compreendida do vale do ABIUNHAM, hoje denominado Rio Parnaíba, inclusive o seu Delta, até o vale do Rio Timonha-Ubatuba abrangendo a Serra da Ibiapaba, já era visitada por exploradores europeus, conforme registros históricos e náuticos do velho continente. O náufrago português Nicolau de Resende foi acolhido no Delta pelos nativos em 1571, e deu testemunho dessa realidade.

LOCALIZAÇÃO: Ilha a Leste da Foz do Rio Parnaíba. Situada entre as barras das Canárias e do Igaraçu, com uma faixa de terras com extensão de 18km de orla marítima. A sua área é Banhada ao Norte pelo Oceano Atlântico, ao Sul e Oeste pelo Rio Parnaíba e a Leste por trecho do Rio Igaraçu interligado ao canal de São José. A atual Ilha do Tabuleiro integrava a sua área até a abertura do Canal de São José. É o ponto extremo Norte Oriental do Estado. Em sua orla marítima, no município de Parnaíba, existe um trecho com rochedo, o qual denomina a sua mais famosa praia – “Pedra do Sal”.

MUNICÍPIOS: Parnaíba e Ilha Grande do Piauí.

SOLO: Composto de alagadiços, várzeas e caatingas. Desde a praia até 5 quilômetros ao interior o terreno é coberto de morros de areia com raríssima vegetação para sustento de gado vacum e cavalar. Nas lagoas protegidas por dunas, ainda se encontram a noite patos e marrecos, enquanto nas caatingas, dificilmente, mas ainda se vê veados, tatus, pacas, jacus e outras espécies quase em extinção.

VEGETAÇÃO: Olandins carvalho e branco que se acham nos terreno pantanosos; carnaubais imensos nas várzeas; tucunzeiros, guajirús, muricis e cajueiros nos lugares arenosos. Pelos lados dos rios Parnaíba, Igaraçu e Canal de São José, pratica-se a agricultura de vazante e irrigada.

POPULAÇÃO: A partir da miscigenação dos tremembés com o branco e o negro, a ilha passou a ser habitada por pescadores e enquanto totalmente município de Parnaíba, tinha em 1830 – 114 habitantes; 1858 – 573; 1867 – superior a 1.000; 2012 – Estima-se 18.200 habitantes.

PROPRIETÁRIOS: através de concessão do então Governador de Pernambuco em 1725, foi seu primeiro proprietário o Capitão-Mor da Vila Nova da Parnahiba (Villa de N.S.de Monserrate da Parnahiba) João Gomes do Rego Barros. Esse pernambucano, preposto do fundador da Vila Nova da Parnaíba, após enviuvar de uma das filhas de Francisco da Cunha Castello Branco, casou com sua Cunhada Maria do Monte Serrate Castelo Branco. Posteriormente, pertenceu ao Cel. João Leite Castelo Branco, que a vendeu a Sebastião da Silva Lopes, cujos herdeiros a retalharam em 19 possessões. Em 1827, estava em poder de: Cel. Simplício Dias da Silva, os herdeiros de seu irmão Raimundo Dias da Silva e sua falecida esposa Justina Dórea, e seu irmão por parte de pai – Cap. Antonino Ferreira de Araújo e Silva; o Cap. Bernardo Antônio Saraiva e seus filhos herdeiros da terça de seu avô o Cap. Manoel Antonio Saraiva; o Cap. José Francisco de Miranda Osório; os herdeiros do falecido Cândido Silva; o Doutor Ouvidor Antonio Saraiva; o Alferes Francisco Domingos Fernandes; os herdeiros do Cap. Manoel Joaquim de Sousa e os herdeiros do Cel. Manoel Antonio da Silva Henriques. Hoje a maior área de posse é dos descendentes do Capitão Claro Ferreira de Carvalho e Silva, sobrinho e herdeiro da viúva de Isidoro Dias da Silva, neto de Domingos Dias da Silva, embora algumas glebas de terras estejam vendidas a europeus voltados à implantação do ecoturismo.

Phb. 13/01/2013